O design é um dos principais fatores de compra de um carro, seja ele da categoria que for. E quando as linhas de um novo modelo são acertadas, é quase certo que sua performance nas lojas também será bem-sucedida. É o caso destes 10 carros que separamos nesta lista, cujo design revolucionou o segmento em que cada um atua - e criou um problemão para criar seus substitutos...
Fiat Uno Mk1 - Em 1983, quando foi lançado como carro mundial da Fiat, o Uno representava um salto enorme em relação ao antecessor 147. Suas formas quadradinhas permitiam ampla área envidraçada e excelente aerodinâmica para a época, com para-choques integrados à carroceria que ajudavam no Cx de apenas 0,34. As linhas angulares também garantiam total aproveitamento de espaço - até o estepe ficava sob o capô, junto do motor, para não reduzir o porta-malas. Por dentro, o Uno tinha comandos satélites no painel, que facilitavam a vida do condutor. Foi chamado de "botinha ortopédica" no começo, devido ao seu formato, mas depois mostrou que estava muito à frente de seu tempo, sendo fabricado até 2014.
VW Golf Mk3 - O Golf é, sem dúvida o carro mais emblemático da Volkswagen mundo afora, e a terceira geração teve papel fundamental nessa história. Com ela, o Golf deixava de ser um compacto e se tornava um hatch médio, crescendo na carroceria e na qualidade de construção. O design desta geração definiu as formas do Golf daí para frente, com capô avançado, grade retilínea e a clássica coluna C larga. Veja o Golf atual, que está na sétima geração, e repare como ele ainda carrega muito desse Golf Mk3, que, aliás, foi o primeiro a ser vendido oficialmente no Brasil.
BMW Série 3 E36 - Considerado um divisor de águas na história da BMW, o Série 3 de código E36 foi lançado em outubro de 1990 e ficou conhecido no Brasil por ser um dos primeiros importados a chegar oficialmente, depois da abertura de nosso mercado, no mesmo ano. Belo trabalho de estilo, o sedã encantava com seu design elegante e ao mesmo tempo esportivo. Os clássicos faróis circulares passavam a ficar por trás de lentes, enquanto a grade "duplo rim" era mais destacada. Trazia também a lendária curva Hofmeister no final dos vidros laterais. Tecnicamente, já naquela época o E36 tinha entre-eixos de 2,70 metros (medida do Toyota Corolla atual) e ostentava uma refinada suspensão traseira multibraço. Sucesso total.
Chevrolet Corsa Mk2 - Desde o Uno o segmento de hatches compactos não via um carro tão inovador. O "Corsinha" chegou ao Brasil em 1994, poucos meses após a Europa, e tornou-se o primeiro a trazer formas arredondadas para o segmento, conquistando de cara uma legião de fãs. O sucesso foi tanto que o presidente da GM brasileira na época, André Beer, foi à TV pedir que os consumidores não pagassem ágio pelo modelo. Nas lojas, a versão Wind 1.0 era vendida por cerca de R$ 10 mil, enquanto o preço de tabela era de R$ 7.350. O desenho bem nascido gerou ainda quatro variações, sendo uma quatro portas (com traseira exclusiva), um sedã, uma perua e até uma picape - as três últimas desenvolvidas no Brasil. O sedã foi vendido como Classic até o ano passado, durando até mais do que a geração seguinte do Corsa.
Chevrolet Vectra Mk2 - Estrela do Salão de Frankfurt de 1995, o Vectra de segunda geração chegava ao Brasil apenas seis meses depois, conquistando o público com seu design ousado e aerodinâmica apurada: Cx de 0,28, disparado o melhor da categoria na época. Um dos trunfos do desenho estava nos retrovisores externos que "brotavam" dos vincos do capô, conferindo um estilo único ao Vectra. Também agradava pelos "lábios" de plástico preto que começavam embaixo dos faróis e das lanternas, cobrindo boa parte dos para-choques. Por dentro, o painel de linhas suaves tinha como destaque a tela digital do computador de bordo. Na parte mecânica, adotava suspensão traseira multibraços no lugar do eixo de torção. Foi o último Vectra legítimo à venda no Brasil, já que seu sucessor, de 2005, era na verdade o Astra Sedan europeu, menos refinado tecnicamente.
Peugeot 206 - Sucessor tardio do clássico 205, o 206 nascia em 1998 como uma resposta ao crescimento de rivais como Ford Fiesta e VW Polo na Europa. E, para chamar a atenção, nada melhor que um design arrojado e cheio de detalhes originais, como os faróis em formato de olhos de felinos e as duas tomadas de ar no canto direito do capô. Já a traseira tinha como destaques o vidro arredondado as lanternas que avançavam pelas laterais. Foi o carro que marcou o início da produção da Peugeot no Brasil, ainda que o 206 tivesse vindo antes importado da Argentina, e alcançou bastante sucesso no mercado. Problema foi substituí-lo: alegando que o 207 europeu ficaria caro demais para o Brasil, a Peugeot aplicou a dianteira do modelo lá de fora no 206 e o chamou de 207. Uma decisão equivocada que o belo 208 tenta consertar até hoje...
Ford Focus Mk1 - A Ford precisava suceder o Escort e, para fazer frente ao Golf, tinha de ousar. Assim, em 1998 nascia o Focus, um hatch médio que rompia com o estilo conservador do antecessor, tanto por fora quanto por dentro. O Focus incorporava a filosofia de design "New Edge" da Ford, nascida com o pequeno Ka dois anos antes. Tinha linhas recortadas e com fortes vincos, além das marcantes lanternas traseiras elevadas, na coluna C. O painel também trazia um jogo de formas geométricas que deixavam o Focus diferente de qualquer rival. E não era só beleza, o médio da Ford vinha com suspensão traseira multibraços, que muitos concorrentes não têm até hoje. Chegou ao Brasil em 2000 e tornou o Escort obsoleto do dia para a noite, ainda que este tenha se mantido em produção por mais algum tempo.
Honda Civic Mk8 - Conhecido no Brasil como "New Civic", a oitava geração do sedã mudou o conceito da marca em nosso mercado. Até então, a Honda brasileira era conhecida por carros que faziam tudo certinho, mas ficavam devendo em emoção. O Civic 2006/2007 quebrava a regra com um design pra lá de arrojado, que trazia frente em cunha, para-brisa avançado e uma traseira curta, com ares de cupê. O teto em formato de arco também colaborava para a imagem dinâmica do modelo, que na época fez sucesso não somente entre os compradores de sedã, mas também conquistou muitos proprietários de hatches médios. Por dentro, o destaque ficava por conta do painel em dois andares com velocímetro digital no alto, como se fosse um head-up-display. Foi o último Civic capaz de vender mais que o arquirrival Toyota Corolla no Brasil.
Range Rover Evoque - O segmento de SUVs de luxo pode ser dividido entre antes e depois do Evoque. Praticamente idêntico ao conceito LRX que o antecipou, em 2008, o menor modelo da família Range Rover foi lançado em 2011 para mudar a história da Land Rover. Inovou pela dianteira invocada com faróis estreitos e a linha de cintura elevada, com as janelas bastante estreitas, além da carroceria de duas portas com jeitão de cupê esportivo. O Evoque fez tanto sucesso que já emplacou mais de 600 mil unidades no mundo todo. No Brasil, chegou a ser o importado mais vendido em alguns meses, mesmo custando em média R$ 200 mil. Mais do que um best-seller, o Evoque se tornou a inspiração visual para todos os novos Land Rovers que vieram depois - e também para muitas soluções de estilo adotadas por outras marcas.
Fiat Toro - O produto mais sofisticado da Fiat brasileira é também o mais ousado da marca nos últimos anos. Começa pela própria construção monobloco, pois até então esse tipo de picape usava chassi separado da carroceria. E continua por soluções inéditas como a tampa da caçamba que abre lateralmente em duas folhas - o que facilita o manuseio da tampa, por ser leve, e melhora o acesso ao compartimento de carga. Mas é no design que a Toro mais se destaca, com linhas nada convencionais na dianteira, com bloco óptico dividido em dois, e uma traseira imponente e com belas lanternas. Os traços gerais da carroceria também são modernos, a ponto de envelhecer até mesmo as picapes maiores. Caiu no gosto do público rapidamente, sendo por meses o Fiat mais vendido do Brasil. E já desperta interesse no mercado americano, como mostram os flagras da picape em testes nos EUA.
Fotos: Divulgação e Arquivo Motor1
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