Em um Brasil cada vez mais carente de esportivos, ou ao menos carros divertidos, estamos sempre de olho em alternativas possíveis. Os hatches nacionais são, em sua maioria, oferecidos com motores maiores que 1.0 e, no caso do VW up!, até com propulsor turbo. Parecem esquecidos pelos consumidores e pelas montadoras que possuem, em seus pátios, boas bases para hot hatches, mesmo sem saber. 

Listamos oito deles, leves e com motores acima dos 100 cv, e mais algumas sugestões de mudanças que os transformariam em versões quase esportivas, indo além de um conjunto de adesivos e spoilers. E deixamos duas "sugestões" que vão um pouco além. 

Chevrolet Onix
Chevrolet Onix

Chevrolet Onix 1.4

Potência: 106 cv Peso: 1.034 kg Peso/potência: 9,75 cv/kg

A Chevrolet tentou emplacar uma versão travestida de esportiva na geração anterior do Onix, a Effect. Se isso acontecesse usando o atual, que recebeu boas modificações, a receita daria mais certo. O motor 1.4 foi modificado, recebendo novos pistões, bielas e conjunto de periféricos, como alternador, mais leves e eficientes. Manteve os 106 cv, mas com respostas mais rápidas e funcionamento suave. Além disso, trouxe o câmbio manual de seis marchas com relação curta e a direção elétrica no pacote. 

O que falta?

  • A suspensão do Onix já foi recalibrada para a linha 2017. Ficou mais rígida em 10 mm mais baixa. Isso já mudou o comportamento ha hatch mas, para justificado um nome esportivo, ele poderia receber rodas aro 16" com pneus mais largos.
  • Trazidos do Kadett GSI, os par de bancos mais envolventes e uma posição mais baixa para dirigir.
  • O conjunto de saias e spoliers como vinham no Effect completam o visual esportivo.
  • Seria demais pedir o motor 1.8 16V de 144 cv do antigo Cruze? A GM chegou a mostrar uma versão preparada para track day com esse propulsor no Salão de 2014.
Fiat Uno Sporting
Fiat Uno Sporting

Fiat Uno 1.3

Potência: 109 cv Peso: 1.055 kg Peso/potência: 9,67 kg/cv

O Uno com o antigo motor 1.4 Fire de apenas 88 cv começava a ficar para trás, inclusive, de modelos 1.0. Ao adotar o 1.3 da nova família Firefly, a história ficou diferente. São respeitáveis 109 cv, que compensam o peso a mais se comparado ao Onix 1.4. 

O que falta? 

  • A versão Sporting já traz um acerto de suspensão mais firme e rodas de 15". Mais carga em molas, amortecedores e redução da altura para mudar o centro de gravidade, além de rodas aro 16", dariam uma nova dinâmica do Uno, que é estreito e alto. 
  • Com a direção elétrica, o Uno melhorou muito o conforto. Em uma versão "esportiva", trazer o botão Sport do 500, que muda respostas de acelerador e da programação da direção, seria um ponto positivo. 
  • Câmbio de seis marchas, como o do Bravo T-Jet, permitiria uma relação mais curta para a cidade e engates mais precisos que o atual de cinco marchas.
  • A Fiat tem projeto de turbinar esse 1.3 e levá-lo para cerca de 150 cv. Aí, que tal aproveitar o 1.3 turbo no Uno (a ideia é para o X6H) e batizá-lo de 1.3R? 
Ford Ka 1.5
Ford Ka 1.5

 

Ford Ka 1.5

Potência: 110 cv Peso: 1.034 kg Peso/potência: 9,4 kg/cv

Uma das referências em hot hatches nacionais é, até hoje, o Ford Ka XR. Ainda da primeira geração, com curto entre-eixos, o motor 1.6 Rocam de 95 cv e os baixos 930 kg faziam a alegria de quem buscava diversão por baixo custo. Na nova geração, o motor 1.5 de 110 cv substituiu o Rocam e acompanhou o crescimento do Ka. Mesmo assim, ele ganha na relação peso/potência do antecessor: 9,4 kg/cv contra 9,78. 

O que falta? 

  • Um dos trunfos do XR estava na suspensão. O mesmo trabalho, inclusive com leve redução de altura, já faria do Ka um bom sucessor do XR.
  • Rodas de 16" do Fiesta Titanium para acomodar pneus mais largos e baixos.
  • Motor 1.0 Ecoboost do Fiesta e câmbio manual seriam perfeitos para um Ka ST, não?

 

Hyundai HB20 R-Spec
Hyundai HB20 R-Spec

 

Hyundai HB20 1.6

Potência: 128 cv Peso: 1.040 kg Peso/potência: 8,12 kg/cv

A melhor relação de peso/potência da seleção está com o hatch de Piracicaba (SP). O 1.6 16V possui 128 cv para carregar 1.040 kg. Ainda tem o câmbio manual de seis marchas com engates curtos e uma versão esportivada com visual diferente, a R Spec. 

O que falta? 

  • Como já testamos (e falamos), o HB20 privilegia conforto. Primeiro, a direção hidráulica não se comunica com o motorista, principalmente em altas velocidades. A caixa elétrica do HB20X, porém com uma nova calibração focada em desempenho, está na prateleira da Hyundai.
  • A suspensão idem. O HB20 1.6 poderia ter uma carga maior em amortecedores e menos altura nas molas. E, claro, rodas aro 16" com pneus mais largos.
  • Visual do R-Spec, mas que tal o motor 2.0 de 166 cv do Creta?

 

Nissan March
Nissan March

 

Nissan March 1.6

Potência: 111 cv Peso: 964 kg Peso/potência: 8,68 kg/cv

Entrando na turma "abaixo da 1 tonelada", o March chegou até a trazer o kit de spoilers da divisão de preparação da Nissan, Nismo, para a edição Rio 2016. Com 111 cv, ele chega a empolgar, principalmente por seu tamanho e peso compactos. 

O que falta?

  • Novo acerto de direção elétrica, mais firme em altas velocidades.
  • Acerto de suspensão mais rígido. Pneus mais largos também ajudariam o March, que sofre do mesmo "problema" do Uno, com muita altura e pouca largura. 
  • Bancos mais envolventes. 
  • Motor 2.0 de 140 cv do Sentra não é a última palavra em desempenho, mas o fator diversão já daria um salto. 

 

Toyota Etios Platinum
Toyota Etios Platinum

 

Toyota Etios 1.5

Potência: 107 cv Peso: 945 kg Peso/potência: 8,83 kg/cv

Com toda a sua, digamos, "falta de charme", o Etios chega nessa lista graças à uma boa relação de peso/potência. E vale lembrar que já vem com o câmbio manual de seis marchas e direção elétrica, além de (finalmente) um painel digital estiloso.

O que falta? 

  • A direção elétrica do Etios é, de longe, a com menos comunicação com o motorista nesta categoria. Antes de tudo, um novo acerto aqui.
  • Rodas de 16" do Corolla com pneus mais largos e baixos.
  • Conjunto de suspensão mais rígido e baixo. Ele, normalmente, já é bom, mas um toque a mais faria a diferença.
  • O motor 1.8 de 144 cv seria uma bela opção de upgrade.

 

VW Gol
VW Gol

 

Volkswagen Gol 1.6

Potência: 104 cv Peso: 983 kg Peso/potência: 9,45 kg/cv

O Gol tem um histórico de versões esportivas, com as siglas GTS e GTi. Hoje, carente disso, o máximo que pode-se ter é o motor 1.6 de 8 válvulas com 104 cv. Não é ruim, já ficou para trás da concorrência. 

O que falta? 

  • Direção elétrica, com o mesmo acerto e respostas do Golf. 
  • Suspensão levemente mais baixa e rígida. O Gol já tem uma boa estabilidade e dirigibilidade.
  • Carroceria duas portas.
  • Bancos Recaro, como os clássicos GTi.
  • Ao menos o motor 1.6 16V de 120 cv, que já equipou a versão Rallye. 

 

 

VW SpeedUp!
VW SpeedUp!

 

Volkswagen up! 1.0 TSI

Potência: 105 cv Peso: 951 kg Peso/potência: 9,05 kg/cv

A grande sensação! O subcompacto com motor turbo de 105 cv foi feito para ser um carro econômico, mas ele acabou sendo adotado como um quase esportivo. Afinal, é rápido e leve, como se espera de um carro deste segmento. 

O que falta? 

  • Pneus mais largos para compensar o quanto o up! é estreito. Há quem use rodas de 17", mas o jogo de 16" vindo do Gol Highline já suporta pneus 195/55 R16.
  • Redução de altura do solo e calibração da suspensão. O up! "dobra" bastante quando original, e corrigir isso ajudaria tanto em curvas quanto nas frenagens. 
  • Carroceria duas portas.
  • Podemos desejar os 125 cv do Golf TSI? Isso reduziria a relação de peso/potência aos 7,61 kg/cv!

Nossos desejos 

Fiat Mobi
  • Fiat Mobi 1.3
Potência: 109 cv Peso: 980 kg (estimado) Peso/potência: 8,99 kg/cv

Se falamos bem do Uno com o 1.3 de 109 cv, qual o impedimento de ter um Mobi, um modelo menor e mais leve, com este propulsor? Um casamento que daria um argumento extra na hora da venda do novo Fiat. Lógico, seria necessário novo acerto de suspensão, da direção elétrica e, principalmente, bancos mais envolventes. 

 

VW Gol GT
VW Gol GT
  • Volkswagen Gol 1.0 TSI
Potência: 125 cv Peso: 999 kg (estimado) Peso/potência: 7,99 kg/cv

Chegamos a deduzir que a Volks colocaria o TSI 1.0 no lugar do 1.6, mas isso não se concretizou, ao menos por enquanto. Aproveitar o conceito GT e fazer essa transformação para o Gol seria uma bela despedida da atual geração. O bom é que a marca está considerando fazer isso para a linha 2018, homenageando os 30 anos do Gol GTi, o primeiro nacional com injeção eletrônica. A ideia é que ele tenha o conjunto mecânico do Golf TSI, ou seja, motor 1.0 turbo de 125 cv e câmbio manual de seis marchas, além do volante do Golf GTI.  

E você? Qual seu escolhido? O que mudaria? Ou qual sua ideia "maluca"? Deixe nos comentários!

 

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