O mundo automotivo inteiro falando em downsizing e aí vem a Audi e troca o motor 1.4 do A1 por um 1.8? Calma, isso tem uma explicação lógica, e no fim das contas o consumo de combustível continua baixo - lembre-se que motor forte levando pouco peso não precisa se esforçar muito. Mas a real é que o propulsor 1.4 do esportivinho da Audi era um tanto complexo (e caro), unindo compressor mecânico (supercharger) para baixas rotações e turbocompressor para as altas. Em seu lugar, o novo 1.8 entrega mais potência e custa menos (também na manutenção). O que é? Após a estreia do A3 Sedan nacional, o A1 deixou de ser oficialmente o carro de entrada da Audi no Brasil (ao menos na tabela de preços). A nova versão 1.4 TFSI, agora com 125 cv, parte de R$ 106.990. Já a Ambition 1.8 toma o lugar da antiga Sport, por R$ 124.990. Se antes o A1 era brinquedinho de luxo, nesta nova leva (que inclui também uma leve reestilização) ele assume de vez este posto e vai para cima do MINI Cooper.
Teste Rápido: Audi A1 Ambition 1.8 faz jus ao apelido
A principal novidade está sob o capô: o motor 1.8 TFSI, que era usado no A3 Sedan importado, chega ao A1 entregando 192 cv de potência e 25,5 kgfm de torque - contra 185 cv e o mesmo torque do antigo 1.4 de dupla alimentação forçada. O câmbio continua o S-Tronic de dupla embreagem e sete marchas (caixa seca), com tração dianteira. Para acompanhar, a versão Ambition recebe direção um pouco mais direta e rodas aro 17" com pneus de perfil baixinho, 215/40.
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Internamente, o A1 mais caro segue o padrão elevado de acabamento da Audi, mas, comparado aos mais recentes lançamentos da marca, fica evidente que o pequeno hatch está envelhecendo. A tela do computador de bordo é simples, lembrando a dos VW, enquanto a central multimídia tem a tela com recolhimento manual - e sem a mesma resolução dos modelos mais modernos. Ainda assim, é um bom lugar para se estar. A posição de dirigir é perfeitamente centrada e o banco esportivo acomoda bem o corpo, enquanto volante de três raios oferece ótima pegada. Só não espere conforto atrás, pois, mesmo considerando seus menos de 4 metros de comprimento e o banco traseiro sem parte central (ele é um quatro lugares), o A1 é apertado. Como anda? Outra novidade do A1 1.8 é a adição do sistema Audi Drive Select, que permite selecionar três modos de condução: automático, eficiente (para consumo) e dinâmico. Em qualquer dos três, o hatch chama atenção de cara pela dureza da suspensão. Com pouco curso de amortecedor e ajuste rígido de molas, somado aos pneus de perfil baixo, o Ambition roda "seco" e transmite em tempo real a (má) qualidade do nosso asfalto para os ocupantes. Ao cair num buraco maior, cheguei a parar devido ao estrondo na suspensão, já temendo o pior... Felizmente, nem bolha no pneu, só o susto.
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Pesando somente 1.205 kg e com uma direção pra lá de direta, o A1 Ambition é o que costumamos chamar de kart de rua. Suas reações são rápidas, os freios respondem com firmeza e a carroceria rígida parece um bloco de concreto. Dá gosto acelerar o pequeno Audi e jogá-lo de um lado para o outro nas curvas, curtindo a forma como ele administra muito bem sua tendência de sair de frente. Além do ESP em dois níveis de atuação, o hatch ainda vem com sistema de vetorização de torque que envia a força do motor para a roda de dentro da tangente, melhorando a estabilidade e a aderência. Em resumo, ele faz jus ao apelido "foguetinho de bolso" - ou pocket rocket, como os europeus costumam chamar esse tipo de carro. A pegada do motor 1.8 acompanha bem o chassi do modelo, sendo rápido nas acelerações e não demorando a encher nas retomadas. Em nossas medições, o A1 superou os 100 km/h em 7,2 segundos e levou pouco mais de 4 s para retomar de 80 a 120 km/h - a Audi indica máxima de 234 km/h. Em condução esportiva, convém chamar as trocas manuais de marcha para as borboletas no volante, aproveitando as mudanças quase instantâneas do S-Tronic - incluindo reduções fortes. Para completar, o hatch também fez bonito nas frenagens, mostrando que para tão bem quanto acelera.
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Mas e o consumo? Bem, a Audi colocou o modo eficiência no A1 e manteve o sistema start/stop que desliga o motor em paradas curtas. Mas o próprio motor 1.8 é pensado para beber pouco, trazendo, por exemplo, injeção direta com uma injeção indireta adicional (no coletor de admissão) para uso em baixas rotações. Fora isso, temos duplo comando com variação das válvulas de admissão e escape (Audi Valvelift) e o coletor de escape integrado ao cabeçote. Ou seja, além de andar bem, o hatch gastou pouco: fez média de 10,0 km/l na cidade e 15,5 km/l na estrada - nada mau para um esportivo. Quanto custa? A grande questão é que, para ter um desses na garagem você terá que dispor de no mínimo R$ 125 mil. Isso sem contar itens bacanas que você deve querer num carro assim, como o sistema de som da Bose, entrada sem chave com botão de partida e o piloto automático - vendidos como opcionais no pacote que a Audi chama de WDI.
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Por fora, o novo A1 Ambition pode ser reconhecido pelo bigode vermelho (menos no carro vermelho das fotos!), que faz belo conjunto com os faróis redesenhados por dentro, incluindo um belo feixe de LEDs. Atrás, as lanternas também receberam novo arranjo de luzes, com lente mais transparente. Se você faz questão de um esportivo de status e curte compactos temperamentais, está aí uma bela opção - único rival direto é o MINI Cooper S, que tem os mesmos 192 cv e também diverte de montão. Mas é impossível não lembrar que, por essa grana, você pode levar um VW Golf GTI, maior e com ainda mais motor, embora não tenha as quatro argolas no focinho. Por Daniel Messeder Fotos: Divulgação Nota da redação: “Teste Rápido” é a mais nova seção do CARPLACE. Nossa ideia é levar a informação de forma mais ágil para você, leitor, no caso de carros conhecidos que estreiam nova versão ou mudanças mecânicas. Para tanto, usaremos a base do nosso já famoso “Volta Rápida”, mas acrescido das nossas medições exclusivas de aceleração, retomada, frenagem e consumo. Ficha técnica – Audi A1 Ambition 1.8 TFSI Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.798 cm3, injeção direta e indireta, comando duplo variável, gasolina; Potência: 192 cv a 5.400 rpm; Torque: 25,5 kgfm de 1.250 a 4.500 rpm; Transmissão: câmbio automatizado de sete marchas, dupla embreagem, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS; Rodas: liga leve aro 17" com pneus 215/40 R17; Peso: 1.205 kg; Capacidades: porta-malas 270 litros, tanque 45 litros; Dimensões: comprimento 3.973 mm, largura 1.746 mm, altura 1.422 mm, entre-eixos 2.469 mm Medições CARPLACE Aceleração 0 a 60 km/h: 3,8 s 0 a 80 km/h: 5,5 s 0 a 100 km/h: 7,2 s Retomada 40 a 100 km/h em S: 5,1 s 80 a 120 km/h em S: 4,6 s Frenagem 100 km/h a 0: 39,0 m 80 km/h a 0: 25,2 m 60 km/h a 0: 15,5 m Consumo Ciclo cidade: 10,0 km/l Ciclo estrada: 15,5 km/l

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