Volta rápida: Hyundai HB20 mostra evolução, mas só nas versões mais caras
Nem o mais otimista dos marketeiros da Hyundai imaginava que o HB20 fizesse tanto sucesso a ponto de se tornar o segundo carro mais vendido do Brasil, atrás somente do Chevrolet Onix (lembre-se que o Fiat Palio soma duas gerações). Pois o fato é que o hatch da marca coreana desenvolvido especificamente para o Brasil conseguiu tal feito e, com três anos de mercado e mais de 500 mil deles nas ruas, era chegado o momento de mudar. A opção foi por alterações sutis, com pouca margem de erro, incluindo um leve facelift na dianteira e novas transmissões de seis marchas para o modelo com motor 1.6, além de novos equipamentos. Tudo, claro, acompanhado de um ligeiro aumento de preços que fez o HB20 completo passar dos R$ 64 mil com pitura metálica. O que é?
Volta rápida: Hyundai HB20 mostra evolução, mas só nas versões mais caras
A primeira reestilização do HB20 visou integrar o modelo à nova filosofia de design da marca, chamada escultura fluida 2.0. Entenda-se por isso a aplicação da nova grade tapezoidal já vista no i30 e no ix35, bem como a adoção de novo para-choque dianteiro (com tomadas de ar mais largas na parte inferior e novos nichos para os faróis de neblina) e desenho de rodas e calotas, dependendo da versão. Na traseira, apenas as versões Comfort Style e Premium foram agraciadas com novas lanternas mais brilhantes (com a luz de ré na parte inferior). A parte que do para-choque em volta da placa mudou, mas apenas os mais atentos perceberão isso. Melhor foi que a peça ganhou 2 cm no comprimento, para proteger a tampa em caso de pequenas batidas.
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Por dentro, todo HB20 2016 recebe novas forrações de tecido e travas e vidros dianteiros elétricos (que a versão de entrada Comfort não oferecia), além de um novo rádio com Bluetooth e tela LCD de 3,5". Somente a versão de topo Premium vem com os faróis com projetor e feixe de LEDs, quatro airbags (dois laterais), retrovisores rebatíveis eletricamente e pode receber como opcional os bancos de couro bege e a nova central multimídia com tela touch de 7", que oferece espelhamento do celular para aparelhos da Samsung e LG (Apple CarPlay estreia em 2016 com a atualização do sistema na concessionária). Outra novidade é o ar-condicionado digital e automático, mas novamente apenas para quem levar o modelo Premium. Nas demais, o computador de bordo recebeu a função de alerta de revisão, avisando quando faltar 30 dias ou 1.500 km para a manutenção programada.
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Na parte mecânica já era esperada a troca da antiga transmissão de quatro marchas pela de seis na versão automática, mas houve surpresas boas e ruins. A boa: o câmbio manual do HB20 1.6 também passou a seis velocidades; A ruim: somente o motor 1.6 aposentou o tanquinho de gasolina da partida a frio, permanecendo o 1.0 com o velho artifício enquanto todos os 1.0 3-cilindros da concorrência já usam o aquecedor de etanol - questionada, a Hyundai alegou o custo como impeditivo. Tanto o motor 1.0 quanto o 1.6 passaram por modificações para melhorar a economia de combustível, pacote que incluiu velas de irídio, novos pistões e anéis de vedação, novo gerenciamento do alternador e até mesmo a troca do tipo de óleo lubrificante utilizado.
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Ainda não foi desta vez que a Hyundai providenciou a troca do sistema de direção hidráulico pelo elétrico, algo que viria a calhar na busca pela eficiência (uma vez que a bomba hidráulica consome energia do motor). E o HB20 também continua sem controle de tração ou de estabilidade, item oferecido no principal rival das versões 1.6, segundo a Hyundai - o Ford Fiesta. Como anda? Começamos o test-drive pela região de Atibaia e Bragança Paulista (SP) pela versão manual. O novo câmbio de seis marchas preservou os engates suaves e precisos da antiga transmissão de cinco velocidades, mas quem esperava um HB mais esperto nas saídas não vai encontrar - a marca divulga o mesmo 0 a 100 km/h de antes, que foi de 10,3 segundos em nossos testes. Ainda que a Hyundai diga que não houve alteração no diferencial, a impressão é de que todas as marchas estão mais longas. Em sexta marcha a 120 km/h o conta-giros aponta tranquilas 2.900 rpm, tornando a viagem mais silenciosa e econômica. No entanto, para ultrapassar é preciso reduzir para quarta marcha, pois a quinta ainda é longa para encher o motor rapidamente. Resta agora conferir se o consumo melhorou num futuro teste completo - a marca fala em 6,5% de economia. De resto, o HB20 segue com sua condução confortável e descomplicada, com pedais macios e volante leve até demais (e pouco comunicativo) em velocidades de viagem. Da mesma forma, a suspensão continua com acerto "relax" de molas e amortecedores, deixando a carroceria inclinar bem nas curvas e desvios rápidos, como os que fizemos na pista do Haras Tuiuti, destino do test-drive. Não que a estabilidade seja ruim (o hatch tem movimentos bem controlados e previsíveis), mas ainda gostaria de ver o HB20 vestindo rodas aro 16" com pneus 195/55 - ele mantém o aro 15" com pneus 185/60 e agora de composto "verde", que perde um pouco em aderência para diminuir a resistência à rolagem e promover redução de consumo.
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Na volta do circuito trocamos pela versão automática. Hum, esta sim melhorou pra valer! As trocas continuam bastante suaves (CVT pra quê?), mas agora as marchas estão muito mais próximas entre si e acabou aquele "buraco" que havia entre as mudanças, favorecendo o desempenho e a economia. Além disso, a nova transmissão tem opções de trocas sequenciais pela alavanca, o que foi útil num trecho de serra para reduzir antes das curvas. Dá para dizer até que, em termos de performance, agora o HB20 automático anda praticamente igual ao manual, ficando bem próximo do Fiesta Powershift (que usa caixa de dupla embreagem) e à frente do Peugeot 208 (que ainda tem quatro marchas) e do Chevrolet Onix (que tem seis marchas, mas motor 1.4). Numa simulação de consumo, rodando entre 110 e 120 km/h com o ar ligado, conseguimos média de 11,2 km/l pelo computador de bordo. Nesta condição o motor trabalha um pouco abaixo das 2.900 rpm registradas pelo câmbio manual. Quanto custa? Em que pese a esteia do novo visual, a verdade é que a evolução do HB20 só é percebida nas versões 1.6, e justamente elas foram as que tiveram os reajustes de preço mais pesados. A versão Premium com bancos de couro e central multimídia, por exemplo, subiu quase R$ 6 mil. Ainda que tenha ganho ar digital, airbags laterais e retrovisores rebatíveis eletricamente, trata-se de uma diferença de cerca de 10%.
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Já a versão de entrada, 1.0 Comfort, ficou mais atraente. Por R$ 500 extras você leva a nova dianteira, novo sistema de som e os sempre desejados vidros elétricos (da frente) e travas. Veja abaixo o conteúdo de cada versão: Comfort: direção hidráulica, ar-condicionado, rádio com entrada USB e Bluetooth, comandos integrados no volante, travas elétricas e vidros elétricos dianteiros. Comfort Plus: Comfort mais travamento automático das portas, chave do tipo canivete, vidros elétricos traseiros, alarme, maçanetas e retrovisores na cor do veículo e retrovisores elétricos. Comfort Style: os dois pacotes Comfort mais função “um toque” nos vidros elétricos em todas as janelas, rodas de liga-leve e iluminação do porta-malas. Premium: ar-condicionado automático digital, airbags laterais, faróis com luzes diurnas de LED, maçanetas cromadas, acendimento automático dos faróis, friso cromados nos vidros laterais, volante e alavanca de câmbio revestidos em couro, sensores de ré e banco traseiro bipartido. Bancos de couro marrom e central multimídia são opcionais. Veja abaixo os preços comparados aos do modelo 2015 (entre parênteses). HB20 1.0 Comfort: R$ 38.995 (R$ 38.495) HB20 1.0 Comfort Plus: R$ 42.595 R$ (R$ 39.995) HB20 1.0 Comfort Style: R$ 46.345 R$ (R$ 42.375) HB20 1.6 Comfort Plus: R$ 48.745 (R$ 45.235) HB20 1.6 Comfort Style: R$ 51.845 (R$ 48.105) HB20 1.6 Comfort Plus Automático: R$ 52.745 (R$ 48.595) HB20 1.6 Comfort Style Automático: R$ 55.845 (R$ 51.465) HB20 1.6 Premium Automático: R$ 59.445 (R$ 53.355) HB20 1.6 Premium Automático + bancos de couro: R$ 61.035 R$ (R$ 54.945) HB20 1.6 Premium Automático + bancos de couro + BlueMedia 2: R$ 63.535 (R$ 57.775)
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Conclusão: a reforma poderia ser mais abrangente e ainda faltam itens importantes para a versão de topo brigar entre os chamados "compactos premium", mas o HB20 rejuvenesce o estilo e corrige algumas falhas pontuais da primeira versão, devendo seguir tranquilamente com sua carreira de sucesso. As vendas começam dia 10 de outubro, mas algo me diz que as versões 1.6 precisarão de um "empurrãozinho" de descontos num futuro não muito distante. Por Daniel Messeder, de Atibaia (SP) Fotos: Divulgação Ficha técnica – Hyundai HB20 1.6 Premium Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.591 cm3, comando duplo variável, flex; Potência: 122/ 128 cv a 6.000 rpm; Torque: 16,0/16,5 kgfm a 4.500 rpm; Transmissão: câmbio automático de seis marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica; Suspensão:independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS; Peso: N/D; Capacidades: porta-malas 300 litros, tanque 50 litros; Dimensões: comprimento 3,920 mm, largura 1,680 mm, altura 1,470 mm, entreeixos 2,500 mm Galeria de fotos: 

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