O nome dele é Carlos Roberto Barbosa da Rocha, mas pode chamar de "Pássaro" - como é conhecido nas ruas e em seus perfis nas redes sociais. Pássaro, que em breve completará 38 anos de idade, era entregador na capital paulista. Inspirado pela superação do ex-jogador Ronaldo “Fenômeno” e o carisma do piloto italiano Valentino Rossi, pessoas que considera seus ídolos, Carlos “Pássaro” Rocha é exemplo de que a motovelocidade pode ser democrática e que a pista é o lugar onde tudo se resolve. De preferência cruzando a linha de chegada em primeiro, recebendo a bandeira quadriculada.
Das ruas para as pistas: conheça a história do motoboy Pássaro
O piloto da Kawasaki Ninja 300 de número #77 (patrocinado por Haras#77, Masters Gym, Osteum e VGcom), diz que respira corrida e acompanha todas as competições de motovelocidade, além de outras sobre quatro rodas, como a Fórmula Indy, a Fórmula 1 e até mesmo provas de arrancada, "um sonho secundário de quem gosta de se manter em pleno voo", explica Pássaro. Além disso, ele diz que continua utilizando a motocicleta como meio de transporte diário e também para viagens fora do ambiente esportivo. Confira a entrevista do motoboy que virou piloto de competições no Brasil, sendo vice-campeão do Paulista de SuperBike 2014 e terceiro lugar no Brasileiro do SuperBike do mesmo ano!
Das ruas para as pistas: conheça a história do motoboy Pássaro

Entrevista - Conheça a história do motoboy Pássaro

CARPLACE - Com quantos anos você começou a andar de moto? Pássaro: Comecei a andar de moto com 15 anos, em uma Suzuki GSX-R1000 SRAD. O dono perguntou se eu sabia, eu disse que sim... Não poderia perder a chance da minha vida (risos). CARPLACE - Qual é sua moto preferida? Pássaro: A minha (risos). Tenho uma Buell XB9SX, porém ela é nitrada e aumentamos 42 cavalos nela. A moto ficou uma delícia, tanto na cidade quanto na estrada! CARPLACE - Quais motos você já teve? Pássaro: Honda CG 125, Yamaha RD 350 (87 e 92), Yamaha Crypton 100 cc, Honda CBR 450SR, Kawasaki ER-6n e Buell XB9SX NITRO (atualmente). CARPLACE - Já sofreu muitos acidentes de moto? Pássaro: Muitos (risos), sou um cara que deu trabalho pra minha mãe, pois era daqueles que acelerava igual a um louco na rua. Porém, depois de conhecer a pista fiquei um cara consciente e “medroso”. Foram quatro acidentes graves com várias fraturas. Alguns deles por imprudência de motoristas que não enxergam os motociclistas, mas mesmo assim nunca quis abandonar o mundo das motos!
Das ruas para as pistas: conheça a história do motoboy Pássaro
CARPLACE - O que é mais difícil, terminar uma corrida ou uma entrega feita antes do prazo? Pássaro: Uma entrega, pois são vários fatores que podem te prejudicar. Motoristas imprudentes, motociclistas imprudentes, assaltos, chuva. A corrida é mais fácil, porque estamos em ambiente controlado e com toda a segurança. CARPLACE - Sempre foi um sonho ser piloto/competir? Pássaro: Sim, desde a minha adolescência sonhei em ser piloto. Assistia Alexandre Barros, Randy Mamola, Mick Doohan e via as Apillas de 250 cc voarem na pista, olhava para a televisão e ficava hipnotizado pensando: “Um dia estarei ai”, e hoje, depois de muito esforço, estou! CARPLACE - Como foi a preparação para se tornar piloto? Fez cursos de pilotagem? Pássaro: Nunca fiz curso, fui aprendendo na “marra”, apanhando, quebrando motor, pois achava que era só acelerar até a moto sair de giro. Aprendi a duras penas que para pilotar existe uma técnica que ninguém quer dividir com você. CARPLACE - Ainda trabalha como motoboy? Pássaro: Não mais, mas amava ser motoboy, porque não era trabalho e sim diversão!
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CARPLACE - Por que o apelido "Pássaro"? Pássaro: Eu andava muito rápido, então um dia bati a moto e saí voando, uns amigos viram e começaram a falar: "É um homem? Um avião? Não, é o Homem Pássaroooooo!". Você sabe como é, apelido quando você não gosta, pega... aí desde então adotei o apelido de Pássaro. CARPLACE - Qual a aventura que já viveu em duas rodas? Pássaro: Acho que minha primeira corrida, pois tremia mais que vara verde, pois em um grid de 48 motos consegui largar em 25, mas nunca tinha treinado largada. Resultado: queimei a embreagem na largada e a moto morreu (risos), mas um anjo da guarda pulou o muro e empurrou a moto e aí entrei de volta na corrida. Cheguei em 15º. CARPLACE - O que a experiência das ruas lhe ensinou para as pistas? E o que você trouxe da pista para a rua? Pássaro: A ruas me ensinaram a ter paciência, pois as vezes você está no meio de um pelotão de 10 ou 15 motos e você consegue esperar o que vai acontecer, ver quem vai para que lado e assim tomar a decisão. Da pista para as ruas foi a prudência, de andar mais devagar olhando a paisagem (coisa que não fazia), parece até entranho... CARPLACE - Quais suas metas como piloto? Pássaro: Ser campeão em alguma categoria. Ano passado (2014) bati na trave, pois fui vice-campeão paulista da Copa Ninja 300cc e terceiro colocado no campeonato Brasileiro da mesma categoria. O mais importante disso tudo é o prazer em fazer algo que sonhei há 27 anos, viajar com a equipe, ser reconhecido como piloto, são coisas que sonhava e hoje paro e penso no quanto a vida sorriu pra mim, pois consegui realizar meu sonho! Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fY2FaM91QMo Fotos Ricardo B. Santos/Osvaldo Furiatto/Guto Felipe Galeria de fotos:

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