Volta rápida: Hyundai ix35 renova visual para sobrevida nacional
Enquanto a Europa e os EUA recebem um novo Tucson no lugar do ix35, os brasileiros ficarão com a versão reestilizada do ix, que chega às lojas agora em agosto. Trata-se do face-lift que apareceu na Coreia dois anos atrás, juntamente com a atualização do motor 2.0 16V Flex às novas leis anti-emissões. Além disso, a Hyundai-Caoa aproveitou a produção nacional do modelo para desmembrá-lo em três versões, contra apenas uma que estava sendo oferecida até então. Será o suficiente para manter o ix35 como o mais vendido do segmento? Experimentamos a novidade e contamos se vale a pena.

O que é?

Lançado no Brasil em 2010, o ix35 havia passado por poucas mudanças. A principal delas aconteceu em 2013, quando o modelo passou a ser montado na fábrica do Grupo Caoa em Anápolis (GO), e recebeu o motor 2.0 16V bicombustível na versão automática - antes ele bebia exclusivamente gasolina e tinha uma versão de entrada com câmbio manual. Agora na linha 2016 o SUV recebe enfim a primeira reestilização. Ele adota a grade hexagonal dos novos Hyundai, um para-choque redesenhado com novos faróis de neblina e os faróis principais com nova parte interna e feixe de LEDs para condução diurna. Fora isso, as rodas aro 18" trazem novo desenho e as lanternas traseiras receberam LEDs na versão topo de linha.
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Num primeiro olhar, as mudanças foram muito discretas. Mas basta estacionar o "new ix" ao lado do anterior para perceber que a frente ficou mais moderna com a grade única (sem aquela barra central) e os faróis de canhões mais vistosos, enquanto as novas rodas deram um aspecto mais esportivo e refinado ao carro. Apesar dos cinco anos nas costas, o modelo nasceu com design arrojado, de modo que seria injustiça chamar o ix35 de "velho" - adjetivo que encaixa perfeitamente no Tucson de antiga geração ainda feito em Anápolis. Portanto, a reestilização é bem-vinda e pode garantir boa sobrevida ao modelo por aqui.
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Internamente ele mantém o bom padrão de acabamento conhecido da Hyundai, com o desenho do painel em três módulos bem definidos e o quadro de instrumentos típico da marca, com o velocímetro e o conta-giros envoltos por molduras e a iluminação azulada. A cabine é agradável qualidade de materiais, texturas e montagem, mas a subida de preço do modelo o colocou em posição delicada. Por exemplo: o painel continua de plástico rígido, enquanto o freio de estacionamento ainda é de pedalzinho - lembrando que SUVs mais baratos já trazem painel de espuma injetada e freio de mão eletrônico.
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O espaço interno segue como argumento de vendas, sendo muito cômodo para os ocupantes tanto na frente quanto atrás. E os passageiros do banco traseiro ganharam o mimo de uma saída de ar exclusiva. Na versão Top avaliada também não há queixas em relação aos equipamentos: temos chave presencial com partida por botão, revestimento de couro no volante e bancos, banco do motorista com regulagens elétricas, teto-solar panorâmico, ar digital de duas zonas, seis airbags e central multimídia com tela touch, GPS e câmera de ré. Novidade na linha, o controle de estabilidade só está disponível neste modelo mais caro.

Como anda?

Saindo pela capital paulista rumo ao interior, o ix35 não revela novidades na condução. Mas isso não chega a ser notícia ruim, pois o modelo é bem acertado para um SUV. A suspensão lida bem com os buracos mesmo com as grandes rodas aro 18", enquanto o silêncio a bordo foi melhorado com novo revestimento acústico no porta-malas e nas caixas de roda. A direção elétrica tem calibração bem leve, com ênfase no conforto, mesma prioridade do câmbio automático de seis marchas. Ainda que tenha perdido 11 cv declarados, o motor 2.0 16V de 167 cv e 20,6 kgfm oferece desempenho condizente à proposta do modelo. Não espere acelerações ou retomadas vigorosas, mas as respostas ao comando do acelerador são razoavelmente ágeis e o câmbio é esperto ao reduzir as marchas quando precisamos realizar uma ultrapassagem - há opção manual de trocas, mas sem borboletas no volante. A rodagem é silenciosa e, viajando a 120 km/h em sexta marcha, o conta-giros aponta confortáveis 2.500 rpm. Já a expectativa de redução no consumo vai ficar para um futuro teste completo, pois não foi possível observar o gasto de combustível durante o test-drive porque ix35 não traz um mísero computador de bordo - falha imperdoável num carro que custa mais de R$ 120 mil!
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A suspensão que entrega conforto na cidade é suficientemente firme na estrada, deixando a carroceria bem assentada ao chão. Claro que há certa inclinação nas curvas, mas nada que não seja comum a SUV, enquanto a direção, essa sim, é bastante anestesiada. Boa nova mesmo é a chegada do controle de estabilidade somado ao assistente de descidas, item curioso num SUV com tração 4x2.

Quanto custa?

No desmembramento das versões do ix35, a Caoa criou um modelo mais simples que o anterior e um acima, mantendo o antigo conteúdo na configuração intermediária. Só que o preço subiu, e não foi pouco. Embora o valor inicial tenha se mantido nos R$ 99.990 de antes, o carro de entrada perdeu equipamentos. Ele vem apenas com ar-condicionado analógico, CD player com MP3, rodas aro 18" e sensor de estacionamento, além dos bancos parcialmente revestidos de couro. Gostou dessa cor laranja? Então corra, pois ela será oferecida em apenas 300 unidades para marcar o lançamento.
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Itens como partida por botão, central multimídia, airbags laterais e um simples rack de teto fazem parte do modelo intermediário, de R$ 109.990. Agora, para ter itens como teto-solar, ar digital de duas zonas e o banco do motorista com ajustes elétricos, afora o ESP, o consumidor terá de desembolsar R$ 122.990! Nada contra manter um modelo que ainda tem lenha para queimar no mercado brasileiro, mas esta versão Top abusa do direito de ser cara, lembrando que se trata de um carro que já deu lugar a um sucessor (novo Tucson) lá fora, enquanto Honda CR-V e Toyota Rav (também salgados) estão atualizados.
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Ainda assim, a Caoa espera manter a boa média de vendas do ix35 nacional com a versão reestilizada, tendo expectativa de emplacar de 1.700 a 1.800 unidades mensais. Conhecendo o histórico do grupo, talvez seja o caso de o consumidor esperar o fator novidade do "New ix35" passar para negociar preços melhores.

Ficha técnica – Hyundai ix35

Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.999 cm3, comando duplo variável, flex; Potência: 157/167 cv a 6.200 rpm; Torque: 19,2/20,6 kgfm a 4.700 rpm; Transmissão:câmbio automático de seis marchas, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão:independente McPherson na dianteira e Dual link na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS; Rodas: aro 18″ com pneus 225/55 R18; Peso: 1.500 kg;Capacidades: porta-malas 728 litros (até o teto), tanque 58 litros; Dimensões: comprimento 4.410 mm, largura 1.820 mm, altura 1.655 mm, entreeixos 2.640 mm

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