Avaliação: Citroën Aircross ainda é sopro de atualidade em segmento encolhido
Depois da extinção das peruas, agora é a vez dos monovolumes sucumbirem pouco a pouco em favor dos SUVs, tornando as opções do segmento cada vez mais escassas. Nesse cenário, a dupla C3 Picasso/Aircross ainda está em linha com a Europa e enfrenta rivais como o Chevrolet Spin, de visual controverso, e os cansados Fiat Idea e Nissan Livina, já descontinuados no Velho Continente. Para esta avaliação ficamos com o Citroën Aircross Exclusive 1.6 equipado com câmbio manual.
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Com personalidade mais descolada que o irmão C3 Picasso, o Aircross mira num público diferente: tem suspensão elevada, pneus mais largos e visual aventureiro, estando credenciado a estradinhas um pouco mais difíceis. Chama a atenção pelo visual agressivo, com estepe na traseira, barras de teto longitudinais, faixas laterais, molduras na caixas de rodas e para-choques mais bojudos.
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Na cabine, o amplo espaço agrada e dá a impressão se estar num carro maior do que visto de fora. O enorme para-brisas bem inclinado e teto panorâmico são destaques. O acabamento é feito na maior parte com plásticos rígidos, mas de ótima aparência e montagem bem feita. Na versão avaliada, topo de linha Exclusive, os bancos com revestimento parcial em couro e tecido são bonitos, confortáveis e acomodam bem o corpo. O sistema de som, um modelo da Pionner projetado exclusivamente para a Citroën, com USB e Bluetooth, oferece boa qualidade sonora (destaque para a boa acústica interna do carro).
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O painel conta o com o mesmo cluster do C3 e traz na parte central, acima do console, uma bússola e inclinômetros. O console central, que abriga os comandos do ar digital e sistema de som, tem acabamento em preto brilhante.
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Embora feito para o uso misto, o Aircross é bom de dirigir na cidade. Enfrenta bem os buracos, embora com um pouco de ruído interno, mas nada que comprometa. Em asfalto liso se destaca pelo rodar firme e estável. A direção hidráulica não é tão leve como a elétrica do C3, mas tem boa relação e firmeza em velocidades altas. No irmão C3 Picasso, por exemplo, ela é mais leve e mais direta, devido a sua proposta mais urbana. O câmbio, a exemplo de outros modelos da marca, tem engates fáceis apesar de um pouco longos.
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O desempenho do motor 1.6 16V FlexStart de 122 cv com etanol até surpreendeu em baixas rotações, com saídas rápidas e bom torque disponível, também auxiliado pelo encurtamento da transmissão nas primeiras marchas em relação ao C3. Medida necessária, afinal, o motor tem que puxar nada menos que 1.404 kg. Considerando a cilindrada e o alto peso do monovolume, o desempenho em rodovia fica dentro da média, com bom resultado mesmo em retomadas, graças ao câmbio curto - a 120 km/h, por exemplo, o motor gira em torno dos 3.800 rpm. Todavia, em aclives acentuados o Aircross pede reduções de marcha, principalmente se estiver com o ar-ligado e lotação máxima. Embora não se possa dizer que este Citroën é um carro muito silencioso na estrada, o ruído não chega a incomodar.
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A relação curta cobra seu preço na hora do consumo. Na cidade, por exemplo, andando de forma bem comedida, o Aircross registrou 6,8 km/l em trânsito livre. E na estrada não passou de 8,8 km/l, sempre com etanol. Os freios também carecem de melhor modulação no pedal - é preciso pisar fundo para fazer o carro parar.
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Tabelada a R$ 60.290, a versão avaliada traz de série os obrigatórios freios ABS e airbag duplo, cinto de segurança de três pontos para todos os ocupantes, faróis de neblina, ar digital, faróis com acendimento automático, sensores de chuva, sensor de ré, cruise control, sistema de som com MP3/Bluetooth, travas elétricas e vidros elétricos nas quatro portas, entre os principais equipamentos. O Aircross tem a seu favor um projeto moderno - ainda o mesmo vendido na Europa - de linhas agradáveis e boa qualidade de construção e acabamento. Peca no consumo e no preço um pouco elevado, uma vez que por um valor próximo pode se levar um Spin LTZ de sete lugares com pacote completo, inclusive com sistema multimídia. Por Julio César Fotos: Autor Ficha Técnica: Citroën Aircross 1.6 Exclusive Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 1.587 cm3, 16 válvulas, duplo comando, flex; Potência: 122/115 cv; Torque: 16,3/15,5 kgfm; Transmissão: câmbio manual de cinco marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica; Suspensão: Independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS; Peso: 1.404 kg; Rodas: liga leve aro 16"; Porta-malas: 403 litros; Tanque: 55 litros; Dimensões: comprimento 4.279 mm, largura 1.723 mm, altura 1.697 mm, entreeixos 2.540 mm.

Galeria: Citroën Aircross 1.6 Exclusive

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Foto de: Julio Cesar
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