Garagem MOTO#4: Honda CBR 650F empolga em viagem de 1.000 km
  Passado o período com a CB 650F em nossa garagem, agora chegou a vez de curtir a versão carenada dela, a CBR 650F, por 15 dias aqui na redação. E a vida da esportiva já começou agitada, encarando uma viagem de mais de 1.000 km num bate-e-volta entre São Paulo e Rio de Janeiro com nosso consultor técnico Eduardo Silveira no comando. Confira a seguir o relato dele sobre a "trip" com a nova Honda! Final de ano, momento de confraternização e sou convidado para um jantar com os amigos do Colégio Padre Antônio Vieira, que fica no Rio de Janeiro - instituição que solidificou valores e o espírito esportivo em minha educação. Ao entrar lá, o aluno escolhe entre dois partidos esportivos, azul ou vermelho, e a partir daí irá competir e/ou torcer pelo mesmo. Eu que fui do azul, a cor vencedora do ano em que liderei como chefe do turma, estou indo para este encontro com a novíssima Honda CBR 650F... VERMELHA! OK, vou prestigiar meus adversários. Sem pretensões de substituir a consagrada Hornet e sua versão carenada, mas com DNA esportivo de pneu a pneu, a CBR 650F tem design atual com destaque para o escapamento oculto pela carenagem, que harmoniza em cores com o quadro. Bela moto!
Garagem MOTO#4: Honda CBR 650F empolga em viagem de 1.000 km
Devido ao posicionamento inclinado do piloto (postura esportiva dada pelos semi-guidões) e não querer ficar com dor nas costas, fixo a mochila no espaço do garupa nos dois (bons) pontos de amarração (o mesmo não posso dizer das alças, que precisam ser melhoradas, pois quando estive anteriormente com garupa, só ouvi reclamações) e sigo ao posto para abastecimento e calibragem. O dia é de sol, sem previsão de chuva, e são 9h30 da manhã. Com a largura de 820 mm, não tenho dificuldades de passar entre os carros (a não ser os SUV’s, mas isso já é conhecido) e quase não troco de marchas, pois a “subida” do motor de quatro cilindros é progressiva, suave e rápida. Apesar de pouco esterço, a esportiva média da Honda serpenteia fácil no trânsito. Trabalhando entre 4 e 6 mil rpm, quando a moto atinge os 70 Km/h em sexta marcha, a CBR atua praticamente como se tivesse câmbio automático, com extrema docilidade de condução. Já na estrada sigo os limites da sinalização, com eventuais estilingadas quando a situação favorece. A CBR sempre tem fôlego para acelerações fortes (são 87 cv e 6,4 kgfm de torque), como também prontas respostas nas frenagens (dois discos dianteiros de 320 mm e um traseiro de 240 mm), embora sem ABS nesta versão avaliada.  Procurei fazer uma tocada suave, me antecipando aos movimentos para evitar freadas mais fortes. Fui apenas aliviando o acelerador e me posicionando na estrada, o que já foi era suficiente para em pouco tempo estar novamente acelerando, e na maioria das vezes sem precisar reduzir marcha.
Garagem MOTO#4: Honda CBR 650F empolga em viagem de 1.000 km
Uma coisa que incomoda são os pedágios! A começar pela fila sob sol escaldante, até o momento do pagamento, que consiste em abrir o capacete, tirar a luva, encaixá-la no painel, pagar, guardar o troco e refazer os procedimentos. Considerando que são sete até o Rio, se demorei cinco minutos em cada (acho até pouco), são 35 minutos “chatos” da viagem. Tomara que o “Sem Parar” para motocicletas chegue logo ou, melhor, que não cobrem de motos na Carvalho Pinto e na Dutra (como acontece em outras rodovias de São Paulo). A partir de Aparecida a estrada se apresenta com algumas curvas, bem como depois de Rezende até a serra das Araras. Ali, utilizando apenas uma pista, me diverti com a “vermelha”, pois seu assento facilita o escorregamento do corpo nas curvas e a moto tem um ótimo comportamento (bela ciclística). Eu diria que na serra é a habilidade do piloto que passa a ser o limite da CBR. Com duas paradas para abastecimento, chego às 15h25 no bairro do Humaitá, entre Botafogo e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Cansaço? Nenhum, apenas uma leve dor no punho direito pela posição ou peso que depositei no acelerador. No dia seguinte aproveito para passear pela orla e tirar algumas fotos. E cabe aqui um elogio ao câmbio, pois além de macio, silencioso e preciso, permite chegar ao ponto morto com a moto parada com extrema facilidade, compensando a falta que faz do indicador de marcha (embora não justifique). Outro ponto positivo é que em momento nenhum sinto o calor do motor nas pernas. Já acostumado com o tamanho e peso da CBR, não tenho dificuldades para driblar o transito carioca. O jantar com os amigos foi mais um bom momento da viagem, mas da “vermelha” só mostrei as fotos, pois fui de táxi para poder tomar uma cerveja. Lembre-se sempre: se beber, não pilote!
Garagem MOTO#4: Honda CBR 650F empolga em viagem de 1.000 km
No dia seguinte, com tempo limpo, retorno por volta das 10h30 e tenho um "quase" parceiro de viagem. Um casal numa BMW F800R me passava no pedágio, pois a garupa tinha o dinheiro na mão, mas depois eu passava por eles no caminho e assim foi até Taubaté. Ah! Também mudei a inclinação do braço direito e tirei o “peso” do acelerador, de forma que cheguei em casa às 16h30 inteiro e sem a dor no punho. Ao todo, foram 967 km rodados com 49 litros de gasolina comum, o que rendeu uma média de 19,7 Km/l de consumo - ótima para uma 650 de quatro cilindros. Cada vez melhor em termos de opções para o consumidor brasileiro, a Honda oferece com a CBR 650F uma excelente opção para entrar no mundo das esportivas. É uma moto facílima de acostumar e, uma vez ambientado, praticamente se integra ao condutor, já que não existem reações do veículo e sim do piloto - ela só obedece. Há um comentário para avaliação de veículos que diz “Igual a dançar com a prima, faz tudo direitinho, mas não empolga”. Nesse caso, o tio vai ficar bravo! Texto e fotos: Eduardo Silveira

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Foto de: Redação
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