Garagem CARPLACE#1: Honda Fit LX tem conjunto eficiente, mas destoa na cabine
Após o novo Toyota Corolla, mais um japonês naturalizado brasileiro chega para nosso teste de 30 dias: o Honda Fit, que acaba de estrear sua terceira geração no país. Maior, com desenho mais elaborado e ainda mais espaçoso, o modelo meio hatch meio monovolume será avaliado em duas versões: LX automática, nos primeiros 15 dias, e LX manual nas duas semanas seguintes.

O Fit LX CVT já está entre nós: uma unidade na cor Vermelho Rally (pintura sólida sem preço adicional), tabelada a R$ 58.800, que chegou com exatos 6 mil km rodados. Em relação à versão EXL topo de linha que já passou pelo nosso teste convencional, o carro de agora chama a atenção pela simplicidade. Por fora, não há faróis de neblina, repetidores de seta nos retrovisores e as rodas de liga são aro 15", contra 16" do EXL. Até aí, pouca coisa. A maior diferença está lá dentro: o painel é todo de plástico preto, os bancos são de tecido, a central multimídia dá lugar a um CD player com Bluetooth, o volante não tem um aplique ou comando sequer e até mesmo o quadro de instrumentos foi simplificado. Em vez da telinha digital do mostrador da direita, apenas um marcador de combustível analógico. E a iluminação azulada, moderna, passa para uma simples alaranjada sem qualquer charme.

Além de simplório no visual, o volante ainda perde a regulagem de profundidade - resta apenas a de altura. O acabamento do Fit tem bom nível, com materiais de qualidade e montagem no bom padrão Honda, mas, visualmente, esta versão LX não convence para um carro de quase R$ 60 mil. E o impacto é mais negativo quando anoitece e ligamos os faróis, pois a iluminação de uma parte não conversa com a outra: o quadro de instrumentos acende em laranja, os comandos do ar-condicionado em azul e o rádio em amarelo. Não ficou bom.

Afora a cabine franciscana pelo preço do carro, há pouco a reclamar do novo Fit. Ainda na cabine, o espaço está mais amplo. Na frente os ocupantes têm enorme liberdade de movimentos e a altura elevada do teto, somada ao grande para-brisa, dá a ideia de estarmos num carro bem maior. Atrás, os passageiros ganharam mais alguns centímetros para acomodar as pernas, e a cabeça continua longe do teto. Além disso, o sistema ULTRa-Seat permite levantar o assento traseiro em direção ao encosto, abrindo espaço para levar objetos altos, ou ainda montar uma espécie de cama em conjunto com os bancos dianteiros. Genial!

Nas ruas, é fácil perceber os donos dos Fits anteriores de olho no novo modelo. Houve até quem pedisse para ver o carro durante uma parada na loja de conveniência do posto de gasolina. Lado a lado com a geração anterior, fica claro que a Honda manteve a silhueta básica do Fit, mas adicionou esportividade na dianteira, com faróis os afilados, e ousadia na traseira, com as lanternas subindo pelas colunas. Nas laterais, o destaque fica para o forte vindo que atravessa a lataria na altura das maçanetas, enquanto as novas rodas de liga têm desenho tipo pás de turbina, que sugerem movimento mesmo paradas.

Em relação ao Fit EXL, do qual já tínhamos elogiado o conforto, o LX passa um pouco mais macio nos buracos devido às rodas menores com pneus mais altos - 185/60 R15 contra 185/55 R16 - sem aparente perda na (boa) estabilidade, já que o modelo permanece com a suspensão "justinha". Já o câmbio CVT não fornece emoção ao volante, mas é eficiente tanto no desempenho quanto no consumo. O motor 1.5 16V de 116 cv responde bem quando o acelerador é solicitado, com o câmbio elevando rapidamente seu giro, e ao mesmo tempo trabalha suave em velocidade constante. Na cidade, quase sempre o conta-giros fica ao redor dos 2 mil rpm, gastando pouco combustível. Abastecido com etanol, o Fit está marcando 8,5 km/l de consumo urbano até agora.

Outras benesses também já apareceram nestes primeiros dias de convivência, como a condução muito suave (devido à transmissão isenta de trocas) e a leveza da direção elétrica, bem macia e rápida nas manobras. Para completar, a excelente visibilidade proporcionada pela ampla área envidraçada e pelos bons retrovisores faz do Fit um ótimo companheiro de dia-a-dia.
Já preparamos algumas pautas para o novo Honda aqui na redação, inclusive com a participação de alguns concorrentes. Mas agora é sua vez: o que você quer saber do Fit?
Texto e fotos: Daniel Messeder





