Carros para sempre: Grancar Futura era releitura nacional da Renault Espace
Da forma que conhecemos hoje, as minivans começaram a ganhar força somente nos anos 1980. O que existia antes disso eram, em sua maioria, furgões e veículos de carga adaptados ao uso familiar. Desta forma, conforto ainda era algo precário nesse tipo de veículo. No Brasil, a Grancar Futura foi a pioneira neste tipo de carroceria. Fora-de-série, ela era uma releitura da francesa Renault Espace, que havia sido lançada na Europa em 1984. A versão tupiniquim do Espace foi criada pelo famoso designer Toni Bianco.

Renault Espace foi lançada em 1984 na Europa
De início, Bianco importou uma unidade da Espace para tirar os moldes e assim criar a versão nacional do modelo. A produção então começou a partir de 1990 pela Grancar Design, empresa ligada à Ford Grancar. Trazendo um conceito inédito, o destaque da Futura era a carroceria monovolume que garantia amplo espaço interno e versatilidade de uso dos assentos, individuais e modulares. Medindo 4,25 metros de comprimento por 1,77 m de largura, a minivan pesava quase 1.300 kg.

Com carroceria feita de plástico e fibra de vidro, a Futura usava a base mecânica escolhida do Ford Del Rey, inicialmente com motor 1.8 de 98 cv e posteriormente com o 2.0 de 116 cv. O câmbio era manual de cinco marchas.

Na época, a revista Quatro Rodas fez um comparativo com a rival Chevrolet Lumina (importada), no qual a Futura encarou a concorrente norte-americana com seu motor V6 3.1 litros de 122 cv e se saiu muito bem, praticamente empatando em aceleração e velocidade máxima.

Com produção de 18 a 20 carros por mês, a Futura teve carreira curta: a produção foi encerrada em 1991, após somente 159 unidades vendidas. Apesar da proposta inédita e das qualidades do veículo, o mercado nacional passava pela reabertura das importações, o que deixava o modelo em desvantagem diante dos importados que começavam a chegar.



