De olho no mercado de SUVs, que não para de crescer em todo o mundo, as marcas asiáticas têm se destacado nas últimas apostas. Basta ver a Honda com o Vezel (jipinho do Fit que pode-se chamar HR-V no Brasil) e a Hyundai se preparando para mostrar o ix25 no Salão de Pequim, em abril, com estreia por aqui no Salão de SP. Sem a mesma força das japonesas, as chinesas também têm investido na categoria: depois do Lifan X60 e do Chery Tiggo reestilizado, agora é a vez de o Tiggo ganhar câmbio automático. Suas atrações? Ser o primeiro chinês A/T do Brasil e ser o SUV automático mais barato do mercado.
O que é?
Lançado em solo nacional em julho de 2013 na versão reestilizada, o Tiggo tem visual simpático e condizente com o gosto de quem compra esse tipo de carro: estão lá o estepe preso na tampa traseira, a dianteira imponente e a boa altura em relação ao solo. A novidade agora é a versão equipada com câmbio automático de quatro marchas, desenvolvido em parceria com a empresa ACTECO - também responsável pelo motor. Além da nova transmissão, o modelo ganhou controlador automático de velocidade com comando no volante, auxiliando o condutor em longas viagens, além manter o pacote de itens de série da versão manual.
O design externo agrada em geral, principalmente pelos LED's que compõem os faróis e lanternas. Outro ponto positivo é o interior com acabamento de bons encaixes e sem rebarbas, embora mantendo o plástico rígido como principal material. Com o câmbio automático, o Tiggo ganha até um certo grau de requinte, algo inimaginável para quem conheceu a primeira versão do modelo vendida por aqui.
Como anda?
Ao volante, o Tiggo oferece posição de guiar elevada e, ao ajustar os retrovisores, noto que a visibilidade geral é boa. Uma coisa que me chamou atenção foi o retrovisor interno ter um interessante mostrador de altitude, bússola e até de pressão atmosférica. A primeira impressão na condução vem da direção hidráulica, com acerto muito leve para um carro de 1.400 kg. Já o câmbio automático mostra suas limitações de ter apenas quatro velocidades, às vezes segurando muito as marchas para não perder o pique. Ao menos as mudanças são suaves, sendo que em alguns casos passam praticamente despercebidas.
De fácil utilização, o câmbio automático conta com opção de trocas manuais, que tem algumas restrições em relação à rotação e velocidade em que o veículo está, mas acaba sendo útil em retomadas e ultrapassagens. A suspensão é outra boa qualidade do SUV, bem calibrada para o solo nacional: nem molenga como a maioria dos chineses nem muito firme, oferece boa absorção de obstáculos, mas convém não abusar. Afinal, com 1,70 metro de altura, o Tiggo inclina a carroceria acentuadamente em curvas mais fechadas.
O motor 2.0 16V (138 cv de potência e 18,2 kgfm de torque) trabalha em sintonia com o câmbio automático, mas é perceptível que pelo menos uma ou duas marchas a mais reduziriam o ruído interno e aumentariam a eficiência do Tiggo tanto em performance quanto em consumo. Mas sua missão é ser confortável principalmente no uso urbano, e nisso ele se sai bem. Num aspecto geral, o jipinho conta com bom espaço interno para todos os ocupantes e um porta-malas bem maior que o do EcoSport, por exemplo, com 435 litros.
Quanto custa?
Com bom chinês, o Tiggo automático quer conquistar pelo recheio: airbag duplo, freios ABS com EBD nas quatro rodas, ar-condicionado, rodas de liga leve aro 16", faróis e lanternas com LED's, sistema de som com MP3/CD/USB, volante com comandos do som e do piloto automático, direção hidráulica e trio elétrico são de série. E o preço de R$ 57.990 (R$ 6 mil a mais que a versão manual) fica bem abaixo dos rivais nacionais. Para efeito de comparação, o Renault Duster e o Ford Ecosport automáticos custam a partir de R$ 66.900 e R$ 70.390, respectivamente. Em resumo, o Chery Tiggo acaba sendo uma boa opção para quem deseja pagar menos por um SUV automático e bem equipado.
Por Diogo Dias
Fotos: Rafael MunhozFicha técnica: Chery Tiggo A/TMotor: 2.0 16V (gasolina); Transmissão – mecânica de 5 velocidades; Potência – 138 cv 5.750 rpm; Torque – 18,2 kgfm a 4300 rpm; tração – 4×2 dianteira; Tanque de combustível – 55 litros; Peso em ordem de marcha – 1.400 kg; Dimensões: comprimento – 4.390 mm, largura – 1.765 mm, altura – 1.705 mm, entre-eixos – 2.510 mm; Porta-malas – 435 litros; Rodas - aro 16" com pneus 235/60/R16; Suspensão dianteira – tipo MacPherson com molas helicoidais, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora, suspensão traseira – independente, tipo multilink com molas helicoidais, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora; Freio dianteiro – disco ventilado, Freio traseiro - disco sólido
Galeria: Volta Rápida: primeiro chinês automático, Chery Tiggo é o SUV A/T mais barato