Locomoção urbana com agilidade, praticidade e economia. Mais do que um scooter, o novo Honda PCX é uma solução moderna para se deslocar pelas grandes cidades sem se preocupar com trânsito, ônibus atrasado, metrô cheio e nem com achar vaga para estacionar. Compará-lo aos demais scooters pequenos do mercado seria covardia, dado o conceito mais avançado e a tecnologia embarcada no novo hondinha, como o sistema que desliga o motor em paradas para economizar e poluir menos. Após uma semana e meia circulando com a novidade por São Paulo, você não quer mais saber de outro meio de transporte! Talvez por isso a procura esteja tão grande que as concessionárias já estão cobrando mais de 10% de ágio sobre o preço sugerido de R$ 7.990. O PCX havia deixado boa impressão durante nosso primeiro contato, mas faltava avaliá-lo em seu habitat, o trânsito urbano, e conferir se o consumo era tudo aquilo mesmo que a Honda alardeava, com média acima de 40 km/l. Bom, digamos que a convivência só melhorou meu conceito sobre o modelo. Lembro de não ter curtido muito o banco da primeira vez, mas agora fiquei horas em cima da moto e me senti confortável. Aliás é posição de pilotagem é um dos destaques. O guidão é baixo e o painel fica bem avançado, além de o piloto poder posicionar os pés para baixo, parecido com uma moto normal, ou para frente, como os scooteiros costumam gostar mais. Mesmo o assento do garupa, que achei pequeno à primeira vista, foi aprovado pela carona, que também elogiou a posição das pernas. Um ponto que poderia ser melhor é o espaço debaixo do banco. Cabe um capacete fechado e algo pequeno junto (25 litros no total), mas não consegui acomodar minha mochila com o laptop, que carrego sem problemas no meu scooter - o jeito foi levá-la nas costas. Já o porta-objetos do lado esquerdo da carenagem dá conta de pequenos pertences, como carteira, documentos e celular. O painel é bonito e de fácil visualização, mas traz apenas os instrumentos essenciais: velocímetro analógico e hodômetros digitais, assim como o marcador de combustível por barrinhas. Não há conta-giros, mas ele praticamente não faz diferença numa motinho com câmbio automático CVT como essa. O que senti falta, isso sim, foi de um relógio entre os mostradores. Os comandos têm tato agradável e as peças transmitem qualidade, enquanto o acabamento é muito bem feito, com destaque para o guidão cromado e os cabos todos bem arrumados. Boas sacadas também ficam por conta da abertura do tanque e do banco por um botão ao lado da ignição, que também pode ter o miolo fechado para evitar furtos, como nos demais modelos da Honda. O que só o PCX tem é a luz-espia com um "A" envolto por uma setinha, como nos carros com sistema start-stop. Chamada pela Honda de "Idling Stop System", a tecnologia é composta basicamente por um motor elétrico que atua enquanto a ignição do motor a combustão é feita novamente. Um sensor de movimento na roda traseira lê que o scooter parou e, se permanecer assim por três segundos, ele desliga o motor. Daí o pistão retoma a posição ideal de partida e a válvula de escape fica ligeiramente aberta, para não gerar resistência à subida do pistão quando o motor for religado pelo pequeno motor elétrico, que também faz o papel de motor de arranque. Complicado? Pois vamos andar que fica fácil entender. Dada a partida, chama atenção a suavidade e o baixo ruído do motor de 153 cm³, que conta com balancins roletados para menor atrito. Giro a manete do acelerador e o PCX sai lépido e faceiro, mostrando que os 13,6 cv e 1,41 kgfm de torque do propulsor injetado empurram com facilidade os 124 kg do scooter. A aceleração de 0 a 60 km/h é feita em cerca de seis segundos, o que garante saídas de semáforo na frente dos carros, abrindo distância dos scooters pequenos e andando junto até de motos mais potentes. A boa disposição segue firme até uns 100 km/h, permitindo ao modelo encarar facilmente vias expressas, e ainda mostrando capacidade de ganhar velocidade para se livrar de situações delicadas entre outros veículos. Confiante pelo bom desempenho na cidade, peguei até um trecho de estrada com a motinho. Mas aí é claro que as limitações apareceram. Ela até chega aos 120 km/h de painel (na real é um pouco menos) com relativo fôlego, mas falta força para ultrapassagens e a "bolha" sobre o quadro de instrumentos é insuficiente para desviar o vento do piloto nessas condições. O que me deixou bem impressionado, porém, foi a excelente ciclística do PCX mesmo andando de "cabo enrolado". O entre-eixos mais longo em relação aos scooters pequenos, as suspensões firmes e as rodas aro 14 proporcionam uma estabilidade digna de modelos maiores, gerando bastante confiança para fazer curvas e desvios rápidos. Os freios de ação combinada (toda vez que acionamos o tambor traseiro, um dos três pistões do disco dianteiro também é ativado) ajudam a manter o equilíbrio nas frenagens, e também se mostraram eficientes. Mas é no trânsito que o PCX realmente dá show. Compacto, leve e estreito, ele é muito fácil de pilotar e atua praticamente como uma "bicicleta com motor" para bailar ente os carros, sem falar no bom ângulo de esterço do guidão - características que dão ao modelo uma agilidade invejável! Só é preciso tomar algum cuidado com os buracos maiores, pois, como típico scooter, o novo Honda tem pouco curso de suspensão e não curte muito os pisos ruins. Também é necessário algum tempo para se acostumar com a posição da buzina, que exige torcer o dedo polegar para cima ao acioná-la. Chegamos no semáforo fechado e o PCX discretamente "apaga". Sim, o sistema "Idling Stop System" desliga o motor e, principalmente, religa-o quase sem que o piloto perceba - basta acelerar e "brumm". Mas aqui cabe uma ressalva: como o recurso não "entende" se você parou no sinal ou está apenas esperando um carro passar, às vezes ele desativa o motor em paradas de cruzamento, por exemplo. Por isso, se preferir, você pode desligar o recurso por um botão na manete direita. Outro sistema que ajuda a economizar combustível é o ESP, que nesse caso não tem nada a ver com o controle de estabilidade dos carros. Trata-se da sigla para "Enhanced Smart Power": ao reconhecer uma velocidade constante, ele alonga a relação da transmissão (por meio das polias variáveis do câmbio CVT) para baixar a rotação do motor. Além disso, o acelerador de curso longo faz com que o piloto acabe não exigindo tudo do propulsor. No fim, o PCX cumpriu com sobras a promessa de consumo baixo: registramos 43,3 km/l durante nossa avaliação, o que dá uma autonomia de mais de 250 km mesmo com o pequeno tanque de 5,9 litros. E aí voltamos ao início do texto: não me restam dúvidas de que o PCX é uma ótima solução de mobilidade urbana, seja para quem está pensando em abandonar o busão, deixar o carro em casa para se livrar dos engarrafamentos ou tem uma moto maior e quer um transporte prático e econômico para o dia-a-dia. Isso sem falar que a pilotagem do modelo ainda é divertida e vai garantir bons momentos de lazer. Não foi à toa que o PCX já assumiu a liderança do segmento. Fabricado em Manaus (AM) e lançado em maio, o novo scooter emplacou 2.120 unidades no acumulado do ano, superando até o irmão menor Lead 110 em julho. Resta agora esperar o ágio acabar... Por Daniel Messeder Fotos Rafael Munhoz Ficha técnica - Honda PCX 150 Motor: monocilíndrico, comando simples, 153 cm3, injeção eletrônica, gasolina, refrigeração líquida; Potência: 13,6 cv a 8.500 rpm; Torque: 1,41 kgfm a 5.250 rpm; Transmissão: câmbio automático continuamente variável CVT; Quadro: monobloco (underbone) de aço; Suspensão: garfo telescópico na dianteira (100 mm de curso) e duploamortecida (85 mm de curso) na traseira; Freios: disco simples na dianteira (220 mm) e tambor na traseira (130 mm); Pneus: 90/90 aro 14 na dianteira e 100/90 aro 14 na traseira; Peso: 124 kg; Capacidades: tanque 5,9 litros; Dimensões: comprimento 1.917 mm, largura 738 mm, altura 1.094 mm, altura do assento 760 mm, entreeixos 1.315 mm

Galeria: Avaliação: solução moderna de mobilidade urbana, Honda PCX tem consumo de 43,3 km/l

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