Parece que foi ontem, mas já faz 10 anos que a Frontier (na época com a inconfundível frente "luva de boxe") começou a ser produzida em São José dos Pinhais (PR). De lá para cá, ela ganhou nova geração em 2008 e recebeu recentemente um "upgrade" no motor 2.5 turbodiesel nas versões 4x4. Agora, a picape da Nissan estreia uma série especial em comemoração a uma década de Brasil. O que é? Com a chegada das novas Ford Ranger e Chevrolet S10, além da versão automática da VW Amarok, a real é que a Frontier ficou meio esquecida. A Nissan então aproveitou o aniversário de 10 anos da picape para mostrar que ela continua no páreo. Disponível nas versões SV Attack (4x2 e 4x4) e SL 4x4, o pacote "10 Anos" inclui mudanças visuais, técnicas e de equipamentos.
Volta rápida: Nissan Frontier Série 10 anos - Banho de loja para voltar à briga
Começando pelo estilo, o que mais se nota de diferente é o novo nicho dos faróis de neblina e o desenho inédito das rodas aro 18 (na versão SL). Mas, colocando lado a lado com as versões mais simples, é possível notar que a grade cresceu, ficando mais robusta. No modelo Attack há também uma nova cor "titanium" (cinza fosco) em peças do acabamento externo, além de rodas aro 16 com visual mais esportivo. Atrás, as lanternas ostentam lentes escurecidas.
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Na cabine, o ambiente ficou mais refinado, seguindo a linha dos carros de passeio. As principais novidades ficam por conta do ar-condicionado digital de duas zonas e da câmera de ré com visor digital no sistema de som (que inclui CD player e entradas USB e auxilar), ambos os recursos disponíveis somente na versão SL. A Frontier "10 Anos" traz ainda detalhes cromados no acabamento interno (versão SL), novo volante com comandos do som (semelhante ao do Sentra) e bancos de couro com o nome do carro estampado. Também exclusivo da versão SL é controle de estabilidade, chamado pela Nissan de VDC. Além de corrigir eventuais derrapagens, o sistema atua como um bloqueio eletrônico de diferencial no off-road, freando a roda que estiver patinando (por meio do ABS) e transferindo o torque do motor para a roda com maior tração. Como anda? Após o sucesso da campanha "pôneis malditos", a Nissan segue apostando na bravura fora-de-estrada da Fontier. Tanto que a marca enfatizou a rigidez do chassi (com sete barras transversais) e promoveu um test-drive mais focado na terra, numa pista com obstáculos. Boa oportunidade para experimentar o VDC.
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Na chamada "caixa de ovos", uma sequência de buracos alternados, era possível ouvir o barulho do freio ABS "beliscando" a roda que ficava no ar enquanto o torque era enviado para a roda oposta. Desse modo, a picape saía facilmente da encrenca. No modelo sem o VDC, era preciso pegar certo embalo para vencer o desafio, uma vez que o sistema mecânico de deslizamento limitado do diferencial não tem a mesma eficiência do recurso eletrônico. Vale dizer, porém, que ao receber esse recurso a Frontier está apenas se igualando ao que a concorrência já oferece. De resto, a picape mostrou a velha força de sempre. Com a reduzida engatada (por um botão giratório no painel), a Frontier superou tranquilamente uma inclinação de 45 graus com quatro ocupantes a bordo. É coisa que as concorrentes também fazem, mas não deixa de ser uma boa demonstração da capacidade do produto. A suspensão até que não é das mais "saltitantes", proporcionando boa dirigibilidade sem maltratar os passageiros. A força exibida na terra também se faz valer no asfalto. Com os 190 cv e 45,8 kgfm de torque do motor 2.5 turbodiesel (as versões 4x2 têm 163 cv e 41,1 kgfm), a Frontier tem a melhor relação peso-potência da categoria - ainda que a Ranger, com 200 cv, tenha a maior potência absoluta. Mesmo na versão automática de cinco marchas, a disposição em acelerações e retomadas é notável. Nas versão manual, o câmbio de seis marchas tem engates certeiros e alavanca elevada, em boa posição. Quanto custa? Nesses 10 anos a Frontier construiu um currículo respeitável, com direito a mais de 80 mil unidades vendidas. Mas se hoje ela ainda se mantém na briga com Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton em termos de atualidade, a Nissan sabe que precisa apostar na relação custo-benefício quando o assunto é enfrentar as rivais mais modernas. Só que não é exatamente o que acontece com a Série 10 Anos. Com valores de R$ 95.990 para a versão SV Attack 4x2, R$ 104.190 na SV Attack 4x4 e R$ 124.990 na top SL 4x4 automática, a Frontier fica muito próxima em preço de versões similares da Ranger, S10 e Amarok. E disputar mercado com esse trio é uma parada muito mais dura que atravessar lamaçal...
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Por Daniel Messeder, de Itupeva (SP) Fotos Oswaldo Palermo/Nissan Ficha técnica - Nissan Frontier SL 4x4 "10 Anos" Motor: dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 2.488 cm3, 16 válvulas, turbo, injeção direta eletrônica, diesel; Potência: 190 cv a 3.600 rpm; Torque: 45,8 kgfm a 2.000 rpm; Transmissão: câmbio automático de cinco marchas, tração 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida; Direção: hidráulica; Suspensão: Independente double wishbone na dianteira e eixo rígido com feixe de molas na traseira; Freios: disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS e VDC; Peso: 2.082 kg; capacidade de carga: 1.005 kg; Dimensões: comprimento 5,230 mm, largura 1,850 mm, altura 1,780 mm, entreeixos 3,200 mm

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