Para ser aceito como o Pace Car de uma corrida da Fórmula Indy, a organização da corrida exige um carro com potência mínima de 200 cavalos, função que foi cumprida pelo Civic SI no ano passado. Para cumprir a exigência, a Honda levou para o circuito de rua do Anhembi duas unidades "nacionais" equipadas com o motor original 1.8 16V de 140 cv de potência, que preparadas, passaram a entregar 270 cv. A convite da marca, testamos essa versão muito mais agressiva do atual líder de vendas.
Teste Rápido: Uma volta no Honda Civic Indy Pace Car de 270 cv
O trabalho de preparação feito no motor merece elogios. A responsável pela preparação foi a Way Motorsport, que conseguiu extrair quase o dobro de potência utilizando um turbocompressor com apenas 350g de pressão, e o mais interessante: o motor não foi alterado. Segundo o engenheiro Márcio Mastroianni, os dois motores estão lacrados e permanecem originais, por exigência da Honda.
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O resultado da preparação foi a elevação da potência para 270 cavalos de potência motor (232 cv na roda) e torque de 34 kgfm. Além do motor, as duas unidades do Civic Pace Car também receberam ajustes na suspensão, na dianteira com novos amortecedores e barras estabilizadoras do Civic SI e um novo jogo de molas, que deixou o modelo 40mm mais baixo que o normal, com trabalho realizado pela Suspentécnica. Os freios também foram redimensionados para conter a potência, além da utilização das rodas de 17 polegadas.
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No visual, o Novo Civic recebeu os acessórios originais da Honda, os mesmos oferecidos nas concessionárias, como o spoiler dianteiro, as sais laterais e o aerofólio traseiro. Recebeu também o característico envelopamento promocional nas cores branco e vermelho, além do giroflex no teto e estrobos nos faróis dianteiros e lanterna traseira.
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Na parte interna, a Indy exige bancos esportivos do tipo concha e cinto de segurança de cinco pontos para os ocupantes dianteiros. No entanto, as duas unidades do Civic Pace Car também receberam os cintos no banco traseiro, o que elevou a capacidade para quatro pessoas.
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Na pista Antes de pilotar o Pace Car, a Honda sugeriu uma volta na versão civilizada do Civic, manual na configuração LXS. Mesmo com uma fina garoa, o carro se comportou bem nas travadas curvas no Autódromo da Fazenda Capuava. As acelerações, para um carro comum, podem ser consideradas como satisfatórias e condizente com o modelo. Destaque para a direção leve e precisa, assim como o câmbio manual de engates curtos e ágeis. Na principal reta da pista, a velocidade final beirava os 120 km/h.
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Voltando aos boxes, hora do Civic Pace Car. Como todo carro de competição, os bancos esportivos no formato concha atrapalham bastante a entrada, mas esse inconveniente é um mero detalhe para o que viria a seguir.
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Depois de assentado e com os cintos de cinco pontos fixados, nenhuma novidade. O console é o mesmo da versão normal, assim como os pedais, manopla de câmbio, volante e quadro de instrumentos. Porém, ao girar a chave e dar a partida no motor, o sorriso já invade o rosto como reflexo imediato do belo ronco do propulsor.
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Logo ao tirar o Pace Car da imobilidade já nota-se o apetite mais vigoroso do acelerador. No pequeno trecho entre a saída dos boxes até a primeira curva, onde normalmente se atinge 70 km/h, o Civic "Turbo" já beirava os 100 km/h.
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As pequenas esticadas entre as curvas exigiam cuidado pela pista molhada, mas mesmo assim, o carro se comportava de modo exemplar, parte graças à sua suspensão traseira MultiLink. O Civic Turbo responde prontamente ao cutucar o acelerador, já mostrando boa disposição mesmo em rotações médias graças à atuação do turbo, o qual opera numa ampla faixa de rotação. Ao atingir 3.700 rpm já se tem disponível quase o dobro de torque do Civic regular, ou seja, 32 kgfm de força. Basta pisar fundo e o giro sobe rapidamente junto com o ronco do motor ao mesmo tempo em que a pista vai ficando cada vez mais curta.
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Na reta, o Civic Turbo atinge rapidamente os 150 km/h, mas bem antes do momento ideal de frenagem é necessário aliviar o pé, infelizmente, por conta do mau tempo. Em uma pista mais extensa, como a de Interlagos, a barreira dos 200 km/h seria superada fácil e rapidamente. Na segunda volta, momento de forçar um pouco mais nas curvas fazendo-o esparramar por todo o traçado e aproveitando mais o ótimo comportamento dinâmico.
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No fim do teste, triste é desligar o carro, encerrando o belo ronco do motor e também a brincadeira. Nos boxes, alguns jornalistas brincavam que exatamente este carro poderia ser o Novo Civic SI brasileiro, mas isto deve ficar somente na brincadeira mesmo, pois a marca não tem planos para uma versão esportiva do modelo por aqui. Pelo menos por enquanto.

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