Quem tem sítio sabe que dá pena de colocar seu carro urbano, com rodas de liga e pneu de perfil mais baixo, para "ralar" na estradinha de cascalho. Fazer isso todo fim-de-semana vai acabar maltratando a suspensão e originar um monte de barulhos, certo? É aí que entra o cliente que o Space Cross tenta conquistar. CARPLACE conviveu uma semana com a versão top de linha da perua equipada com câmbio automatizado i-Motion, e traz agora a avaliação. A versão "aventureira" do SpaceFox chama a atenção pelo estilo, ainda que seja discreta nos adereços diante da rival Palio Adventure. Os para-choques dianteiro e traseiro são mais parrudos, enquanto os faróis trazem função neblina e longo alcance. Ainda há molduras plásticas nos para-lamas, rack, estribos laterais e rodas de liga leve aro 15 na cor grafite. Além do visual, a Volkswagen foi mais cuidadosa na cabine do modelo, com pedaleiras de alumínio e volante multifuncional revestido de couro. O modelo avaliado contava com bancos de couro de visual diferenciado, mais de acordo com a proposta do carro - de fácil limpeza após um passeio na terra.
Avaliação: Volkswagen Space Cross 1.6 I-Motion - Visual off-road para vocação urbana
A lista de itens de série é bem completa, considerando a categoria do modelo. O Space Cross sai de fábrica com sensor de estacionamento traseiro, retrovisor fotocrômico, sistema de som com entrada USB e SD Card, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, ar-condicionado, sensor crepuscular, sensores de chuva, faróis de neblina, computador de bordo, airbag duplo e freios ABS. Ao volante
Avaliação: Volkswagen Space Cross 1.6 I-Motion - Visual off-road para vocação urbana
Com a alavanca na posição N e pé no freio, dá se a partida. Antes de falar do desempenho com esta transmissão, vale destacar que a convivência faz você pegar o jeito para evitar, ou pelo menos reduzir, os indesejados trancos. Com a alavanca do câmbio na posição D, o modelo sai de forma suave. E aqui também vale uma dica: a forma de acelerar influi bastante na suavidade das trocas. Acelere ligeiramente e alivie o pé (como se você simulasse uma troca manual), que o câmbio passa a marcha superior sem solavancos. Assim, se dirigir de forma moderada, as trocas são feitas em torno de 2.000 rpm. Se quiser esticar, basta pisar fundo e que a transmissão manterá a marcha até rotações mais elevadas. Também há opção do modo manual, com trocas através das borboletas atrás do volante. Nesse modo as mudanças são mais espertas, e fica mais fácil evitar os trancos. O baixo nível de ruído interno agradou, parecendo melhor do que na dupla Fox/Spacefox. Fica claro que a Volkswagen caprichou um pouco mais no Space Cross nesse quesito, deixando o modelo mais silencioso no dia-a-dia. Mesmo na estrada, em velocidades de cruzeiro usuais entre 100 e 120 km/h, dá para ter uma conversa na cabine sem subir o tom de voz. Também agrada a dirigibilidade. Apesar da suspensão elevada, a estabilidade do agrada. O novo ajuste é mais firme do que na versão normal, mas ainda assim oferece conforto aos ocupantes. A direção tem assistência hidráulica, com boa precisão e peso correto. Graças à posição mais alta de dirigir, a visibilidade é boa, mas a larga coluna "A" pode incomodar um pouco.
Avaliação: Volkswagen Space Cross 1.6 I-Motion - Visual off-road para vocação urbana
O motor 1.6 8V Total Flex (104 cv de potência e 15,6 kgfm de torque com etanol) tem concepção antiga, sem animar no desempenho. A perua apresenta respostas suficientes para uso urbano, graças ao bom torque disponível em baixas rotações, mas deixa a desejar em giros mais elevados, tanto pela performance quanto pelo funcionamento áspero. Pelo que custa, o Space Cross merecia um propulsor mais moderno e eficiente. A principal rival, Palio Adventure, abre boa vantagem de força com seu 1.8 16V (132 cv e 18,9 kgfm). Quanto ao consumo, o modelo se mostrou um tanto sedento. A média em trajeto urbano com etanol ficou em 6,1 km/l, e no rodoviário 8,4 km/l - valores distantes do divulgado pela marca, que informa 9,3 km/l de consumo médio (cidade/estrada) também com etanol. E na terra? E então voltamos à história da estradinha do sítio ou de uma praia mais afastada. Esse é o máximo de "off-road" que o Space Cross consegue enfrentar. Quer saber? Nesta situação, a perua se sai bem. A suspensão mais alta permite andar em velocidades ligeiramente maiores na terra, sem se preocupar em raspar o "fundo" carro em obstáculos. Valetas e irregularidades são vencidas com sucesso. Não pense, porém, em atravessar um pequeno riacho ou trecho cheio de lama, sob pena de ficar encalhado. No fim das contas, a versão "aventureira" se mostra superior ao SpaceFox - o que no caso de versões "aventureiras" nem sempre acontece. Entrega um pouco mais de conforto, silêncio ao rodar e traz um interior com montagem aparentemente mais cuidadosa. Mas isso tem um preço... E ele é salgado: o Space Cross parte de R$ 59.330 com o câmbio I-Motion. Com todos os opcionais presentes na versão avaliada, a tabela salta para R$ 61.554. Um valor um tanto alto para uma perua compacta, o que talvez explique as baixas vendas do modelo. Por Júlio César Ficha Técnica: Volkswagen Space Cross 1.6 i-motion Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 8 válvulas, 1.598 cm3, flex Potência: 101/104 cv Torque: 15,4/15,6 kgf/m Transmissão: automatizada de 5 velocidades Direção: Hidráulica Suspensão: dianteira - independente McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira Freios: Dianteiro a disco ventilado, traseiro a tambor, com ABS Peso: 1.197 kg Porta-malas: 430 litros Dimensões: comprimento 4.187 mm, distância entre eixos 2.469 mm, largura 1.904 mm, altura 1.591 mm. Galeria de Fotos: Volkswagen SpaceCross

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Foto de: Julio Cesar
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