Diferindo um pouco das avaliações anteriores, vamos concentrar nesta matéria as principais informações de nossa avaliação do Renault Fluence, partindo desde o estilo, passando pelos itens de série e acabamento interno e concluindo com as impressões ao dirigir.
Garagem CARPLACE: Renault Fluence Privilège em detalhes e impressões ao dirigir
Renault Fluence, sai de fábrica com um leque de equipamentos invejável a preço acessível ao consumidor alvo Por: Alexandre Akashi Depois de ter sido escolhido a melhor compra entre os sedans médios por algumas revistas do segmento automotivo, o Renault Fluence ganhou novos concorrentes, tão bons quanto, ou até mesmo melhores. Porém, isso não tira o mérito do modelo, que tem muitos predicados e alguns pecados, como a maioria dos veículos comercializados para os brasileiros. Os pontos positivos são tamanho, design e tecnologia embarcada. O Fluence não é enorme, mas tem linhas que agradam muito. São 4.620 mm de comprimento, 1.810 mm de largura sem retrovisores e 1.470 mm de altura, com entre eixos de 2.700 mm e bitolas de 1.541 mm (dianteira) e 1.563 mm (traseira).
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Com laterais abauladas e paralamas dianteiros com altura ressaltada, o Fluence tem porte imponente que chama atenção por onde passa, pois passa a impressão de ser maior do realmente é. Chegou, inclusive, a preocupar se caberia ou não na garagem, o que me levou a medir o espaço disponível: 4,80 m – mais um pouco teria de comprar uma corrente para fechar o portão. Porém, é na largura que o Fluence mostra diferença. Com 1,81 m, vence fácil modelos da concorrência, como Chevrolet Cruze e Nissan Sentra (ambos com 1,79 m), entre outros. Essas dimensões aproximam o sedan da Renault aos modelos de maior porte, como Chevrolet Omega, Honda Accord, porém melhor ser um médio grande do que um grande pequeno.
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O design é harmonioso, bem estruturado e envolvente, ao melhor estilo carro de "patrão", com traseira alta e larga, que dão charme e elegância ao modelo. Porém, prejudica a visão o que obriga a prestar bastante atenção ao regular os espelhos retrovisores interno e externo. Em manobras, vale usar o bom senso e não arriscar ir além do sinal sonoro do sensor de estacionamento traseiro, item de série na versão top de linha, Privilège (não disponível na Dynamique). O ideal seria uma câmera de ré, ainda mais com a tela de 5 polegadas integrado ao painel. Fica aí a sugestão para a Renault. Mas, enquanto isso não acontece, exploramos um pouco mais os equipamentos que o carro oferece. Antes, porém, vamos posicioná-lo no mercado. O Fluence é um sedan médio que tem preço na faixa de R$ 60.900 (versão Dynamique, com pintura sólida) a R$ 81.380 (versão Privilège, com pintura metálica e Pack Premium, com faróis de xênon, lava-faróis com regulagem de altura e teto solar elétrico com sistema anti-esmagamento – a que testamos).
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As versões têm a carroceria em comum, tamanho e design, se diferenciando na quantidade de equipamentos oferecidos. Assim, a versão de entrada é, sem dúvida, um excelente negócio, mesmo porque a transmissão manual disponibilizada pela Renault é uma caixa moderna, de seis velocidades mais ré, algo ainda pouco usual no mercado brasileiro. A inclusão da sexta marcha significa um overdrive mais eficiente, que em situações de velocidade constante, baixa a rotação melhorando ruído e consumo. Porém, como a versão avaliada foi a Privilège, com todos os opcionais disponíveis, o custo subiu mais de R$ 20 mil, quase um terço do valor do carro. Será que vale a pena? Todas as versões vêm equipadas com alguns itens agora já comuns em carros dessa categoria, mas sua lista é bem mais recheada do que a dos concorrentes: air bags frontais, laterais e de cortina, freios à disco nas quatro rodas com ABS, ar-condicionado dual zone, regulador e limitador de velocidade, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis, vidros dianteiros e traseiros elétricos com função “one touch” e sistema anti-esmagamento, console central dianteiro com porta-objetos, porta-latas e apoio de braço integrado, banco do motorista com regulagem de altura, direção elétrica com assistência variável, computador de bordo, volante com regulagem de altura e profundidade, console central traseiro com porta-latas, indicador de temperatura exterior, porta-luvas refrigerado e com porta-latas, chave-cartão com fechamento e abertura das portas através de sensores de reconhecimento, faróis e lanternas de neblina, comando satélite de áudio na coluna de direção e retrovisores elétricos.
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A mais, o consumidor pode optar por um leque de seis cores metálicas (azul, bege, cinza, prata, preto e vermelho), com custo adicional de R$ 1.190. A versão topo de linha é oferecida somente com a transmissão automática CVT com seis velocidades pré-programadas e bancos de couro.
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Além disso, conta com itens exclusivos como controle de estabilidade (ESP) e controle de tração (ASR), retrovisor interno eletrocrômico, sistema de navegação Carminat TOM TOM integrado ao painel, com controle remoto e tela colorida de 5”, rádio CD/MP3 “3D Sound by ARKAMYS” com conexão USB/iPod, AUX, Bluetooth (com áudio Streaming), 4 alto falantes e 4 tweeters (a versão Dynamique tem sistema de som mais simples, mas ainda com rádio CD MP3 com conexão USB/iPod, AUX, Bluetooth e 4 alto falantes), retrovisores externos rebatíveis eletricamente, rodas em liga-leve aro 17" e o já citado sensor de estacionamento traseiro. Os opcionais comuns são teto solar elétrico, por R$ 2.790 na Dynamique, e por R$ 4.200, na Privilège, com adicional dos faróis de xênon e lava-faróis com regulagem de altura, indisponíveis na versão mais simples. De todos os itens exclusivos, apenas o ESP e o ASR são complicados demais para instalar posteriormente. O sistema de navegação integrado é facilmente encontrado em lojas de eletrônicos, com a vantagem de poder levar no bolso, caso seja necessário. E, os faróis de xênon com lava-faróis (obrigatório por lei), são acessório que agregam valor, mas eleva razoavelmente o custo do teto solar. Porém, se a ideia é optar pela versão com câmbio automático, o Privilège é sim vantagem, uma vez que o Dynamique automático parte de R$ 66.900, apenas R$ 9.000 mais em conta do que a Privilège, que já tem bancos de couro e todos equipamentos acima citados. Nas ruas
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O Fluence chama atenção onde quer que você vá, independente da versão. Como o motor é o mesmo para todas, a diferença fica por conta do câmbio CVT, que a Renault acertou em cheio ao aplicar seis marchas pré-programadas, que quebra um pouco a monotonia do CVT, uma vez que se torna possível dirigir o carro como nos modelos automáticos com mudança manual sequencial de marchas.
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O propulsor 2.0 litros 16 válvulas Hi-Flex (M4R Hi-Flex) é bicombustível (etanol e/ou gasolina), quatro cilindros em linha, todo em alumínio com comando de válvula variável, sistema de partida auxiliar com “5º injetor” no corpo da borboleta motorizada e distribuição por corrente. Rende 143 cv/140 cv a 6.000 rpm (etanol/gasolina) com torque máximo de 20,3 mkgf/19,9 mkgf a 3.750 rpm (etanol/gasolina). Não é ruim ainda mais para um carro nas dimensões do Fluence, que por incrível que pareça, pesa apenas 1.372 kg. As marchas do CVT estão bem escalonadas e o comando de válvula variável ajuda bastante. Mas, não espere uma tocada muito esportiva, pois este não é o intuito do Fluence, muito pelo contrário, é carro para acelerar devagar, respeitando as melhores faixas de consumo. No entanto, caso precise queira acelerar forte, o bom torque disponível em baixa rotação possibilita um desempenho muito satisfatório, inclusive com números de aceleração melhores do que os concorrentes. Porém, consumo não o forte do modelo durante nossa curta avaliação, que com etanol fez média de 6,8 km/l na cidade, em situação de trânsito moderado. Mas, em velocidade constante, a 90 km/h, chegou a fazer 16 km/l, uma marca excelente, mas infelizmente não é possível andar nessa velocidade por muito tempo nas vias expressas de São Paulo. É um carro para quem gosta de conforto, pois mesmo quando se aperta o acelerador até o fundo, o barulho do motor é facilmente encoberto pelo sistema de som. Com todo seu tamanho, roda macio mesmo em ruas esburacadas.
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Os dispositivos de ajuste de profundidade e altura dos bancos e volante permitem encontrar uma boa posição para dirigir. Na versão Privilège, os bancos poderiam ter opção de ajustes elétricos, algo já comum em modelos como o Citroën C4 Pallas, por exemplo. O Fluence conta com piloto automático com limitador de velocidade. Este é um equipamento muito bem vindo, principalmente quando se faz viagens longas. O acelerador eletrônico é bem esperto, sendo possível dirigir apenas pelos botões no volante. Porém, a Renault optou em instalar a chave de liga-desliga do dispositivo no console central. Tudo bem, cada um põe o botão onde achar mais conveniente, mas no console central está totalmente fora do campo de visão do motorista. Se ninguém avisar o motorista, ele vai demorar um bom tempo para usar o piloto automático, a não ser que leia atentamente ao manual de instruções, antes de ligar o veículo pela primeira vez. O sistema multimídia também apresentou certa dificuldade de manuseio, principalmente o emparelhamento do telefone via Bluetooth, pois o botão com o símbolo do telefone serve apenas para emparelhar celulares já cadastrados. Para cadastrá-lo, é necessário entrar no menu, acessível por um botão com imagem controversa, no canto direito do console.
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A navegação pelo sistema poderia ser mais intuitiva, com um joystick ou através de sistema de touch screen, pois ficar apertando botões com setas, alternando com os botões giratórios confunde bastante. Claro que com o tempo se acostuma, mas em uma semana com o carro não foi possível atingir esse nível. Uma vez acertado o emparelhamento, tudo certo, pelo menos com o telefone com sistema Android e com iPhone. O áudio streaming foi claro, sem falhas, e fazer e receber ligações não foram problemas.
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Conclusões O Renault Fluence tem espaço garantido no mercado de sedans médios, passando a ser uma opção altamente considerável. Conta com excelente espaço interno, porta-malas de 530 litros (um pouco prejudicado pelas dobradiças, que poderiam ser do tipo pantográfica), bom nível de acabamento e equipamentos. O volume atual de vendas, sempre acima de 1.000 unidades mensais, já mostra que o modelo vem superando o trauma deixado pelo Mègane (outro bom carro que não emplacou bem no Brasil). O conjunto mecânico, de origem Nissan, se mostra ainda mais eficiente e prazeroso do que o presente no Sentra, pois as marchas virtuais realmente simulam as trocas de marchas, ainda que imperceptíveis. Para o consumidor mais racional, ao colocar todos os itens oferecidos pelo Fluence desde a versão mais em conta, o Fluence é sem dúvida um dos melhores negócios.

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Foto de: Redação
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