Imagine a seguinte cena: você leva seu carro a uma concessionária para uma revisão. Na semana seguinte recebe um comunicado dizendo que o veículo sofreu um acidente e foi parar debaixo d’água. A história, pasmem, é verídica e aconteceu em março de 2009 quando um cliente deixou seu Peugeot 307 07/07 aos cuidados da concessionária Vernon. Durante um teste, feito por funcionários da loja, algo saiu muito errado e o veículo foi parar na Lagoa da Pampulha.
Peugeot foi para o brejo: cliente
Após meses, um acordo foi firmado e o veículo foi devolvido à revenda que o recuperou e colocou à venda, novamente, como mais um usado. Quase dois anos depois do ocorrido, o coordenador de marketing Ronaldo Aguiar Oliveira adentrou na mesma concessionária, disposto a trocar o seu VW Fox. Na ocasião, segundo relatou, foi-lhe oferecido um Peugeot 307 07/07 em “excelente” estado de conservação. Sem desconfiar de nada, ele comprou o carro e com o passar do tempo percebeu que o veículo nunca estava alinhado. “Ele não dava alinhamento. Sempre que mandava alinhar ficava trepidando”, contou. Decidido a se desfazer do modelo, Ronaldo levou o carro à Vernon para que as velas, o suporte do motor e o filtro de combustível fossem substituídos. Como as velas estavam em falta, o consumidor procurou uma concessionária Citroën, pela semelhança das peças. No local, um vendedor indicou um mecânico que havia trabalhado na Vernon e aberto uma oficina. Mas, o que o coordenador de marketing não sabia é que daí por diante começaria a sua via crucis. O fato foi descoberto quando a tampa que fica sob o assoalho, próxima ao banco traseiro, foi aberta e o local estava cheio de lama. Naquele momento o mecânico se lembrou do caso e relatou toda a história. Decidido a levantar o histórico do modelo, Ronaldo se dirigiu ao Detran de Minas Gerais e descobriu que, de fato, o automóvel era o mesmo que havia ficado submerso nas águas da Pampulha. Segundo a Vernon, desde que foi comprado o carro jamais deu problema. De acordo com o relato, no momento da aquisição, o cliente foi informado sobre o que tinha acontecido e obteve abatimento no preço. Ronaldo, entretanto, contestou a versão dada e questionou o porquê da concessionária não apresentar nenhum documento assinado por ele comprovando o conhecimento do fato. O consumidor acrescentou que uma testemunha havia presenciado a negociação e que a direção da loja já o tinha contatado para fazer um acordo. “Eles me ofereceram pagar o preço de tabela no carro ou me vender outro carro zero a preço de custo. Achei absurdo e não aceitei, até porque ninguém garante que eles não voltarão a revender esse carro para outra pessoa”, relatou. A Peugeot, por outro lado, informou que uma análise do automóvel seria feita por um funcionário da empresa, caso o comprador permitisse. Desta forma, independente do conhecimento ou não do “acidente”, seria possível saber se o modelo poderia ter sido recuperado para comercialização. Caso fique provado que a unidade não poderia ter sido vendida, a marca arcará com todas as responsabilidades. Por: Michelle Sá / Fonte: Paula Carolina - Estado de Minas - Vrum / Fotos: Amilton Cabral Junior/Divulgação

Galeria: Peugeot foi para o brejo: cliente "enganado" adquire carro que caiu na lagoa

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