É isso mesmo. A marca Gurgel está de volta através do empresário Paulo Emilio Lemos de Presidente Prudente. Depois da falência decretada em 1995 ninguém poderia imaginar que a marca voltasse ao mercado, ainda mais para produzir novos carros. O sonho e o pioneirismo do fundador da Gurgel Motores, João Amaral Gurgel, parece ter seduzido este empresário que está disposto a fabricar novamente um dos carros da marca. A nova história da Gurgel começou a ser escrita em 2004, quando o empresário descobriu no site do INPI que a marca Gurgel estava extinta e sem dono desde 2003 (o registro havia expirado e não foi renovado), sem nenhum impedimento a um novo registro. Foi quando o empresário Paulo Emílio registrou em seu nome a marca e o logo Gurgel por apenas R$ 850,00. Claro que este registro gerou atrito com a família Gurgel, pois não foram consultados. Antes de levar o projeto adiante, o empresário tem planos de nacionalizar em 80% a produção de um veículo utilitário que hoje ele importa da China. Ao custo de R$ 11 mil, o TA-01 parece uma pequena caminhonete: o veículo tem uma cabine para dois lugares, uma caçamba basculante para cargas de 1,2 mil quilos e pode atingir até 60 quilômetros por hora. Um detalhe: trata-se de um triciclo. As peças são quase todas importadas, exceção feita a carroçaria e a cabine, hoje montadas em Presidente Prudente. Ele diz que pretende nacionaliza-lo - exceto o motor -, construindo um galpão em Três Lagoas.
Gurgel renasce e vai voltar a produzir veículos
O empresário avalia que o projeto de construção do veículo com a marca Gurgel dependerá das vendas do triciclo. Desde o fim de 2003, foram vendidos cerca de 200 unidades do utilitário. Para fazer frente ao projeto, o que Lemos garantiu foram os incentivos do Estado e do município. O governo do Mato Grosso do Sul concedeu uma redução de 87% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido pelo prazo de 15 anos. A prefeitura de Três Lagoas, na fronteira com São Paulo, doou um terreno de 132 mil metros quadrados, em regime de comodato. O empresário, de 36 anos, admite que o sonho é difícil, o projeto, complicado e a concorrência, impiedosa. Mas sonha alto. "Na última fase do projeto, em 2010, a idéia é gerar entre 800 a um mil empregos montando mil triciclos por mês". Agora é esperar e torcer para que o governo brasileiro apóie este investidor nacional e não crie mais obstáculos para proteger somente as grandes montadores.

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