Com o fim do Chery QQ em 2019, a lista de modelos 0km abaixo dos R$ 30 mil foi extinta. Aos que querem um carro zero sem gastar muito, é preciso separar ao menos R$ 35 mil para levar o Renault Kwid Life ou o Fiat Mobi Easy para casa. Vamos mostrar então o que tem (e o que não tem) em cada um dos dois subcompactos e indicar de vale a pena apertar um pouco mais o porquinho para ter a versão acima.

Fiat Mobi Easy - R$ 33.490

Galeria: Fiat Mobi Easy

O carro mais barato do Brasil atualmente é o Fiat Mobi Easy. A versão de entrada do subcompacto ainda usa o antigo motor 1.0 Fire, de quatro cilindros, com 73/75 cv e 9,5/9,9 kgfm de torque. Apesar de datado, tem a vantagem de fácil manutenção por ser um velho (desculpe o trocadilho) conhecido das oficinas e mecânicos. O câmbio é manual de 5 marchas - o GSR, automatizado, está disponível somente com Firefly, o 1.0 de três cilindros, na versão Drive. 

Mas para ser barato o Easy vem com um pacote de equipamentos extremamente enxuto. Não há ar-condicionado ou direção assistida, seja elétrica ou hidráulica. Ele traz os obrigatórios ABS e airbags frontais, dois encostos de cabeça no banco traseiro, computador de bordo, rodas de 13" com calotas e pneus 165/70 R13 e brake light. Vidros e travas elétricos? Nada disso. 

Vale a pena subir o degrau?

Acima, temos o Fiat Mobi Easy Comfort. Por R$ 38.990, ele adiciona ar-condicionado, rodas de 14" com pneus 175/65 R14 e alguns detalhes de acabamento. Se mantém abaixo dos R$ 40 mil, mas ainda deve ao menos a direção hidráulica, item que só vem no Mobi Like, de R$ 41.990. 

Renault Kwid Life - R$ 34.790

Galeria: Renault Kwid Life

Projeto de baixo custo nascido na Índia que chegou ao Brasil para despontar como um dos mais baratos do mercado, o Renault Kwid ainda se apegou ao gancho de "SUV dos compactos" para atrair os compradores - valendo-se da suspensão elevada. Na comparação com o Mobi, já tem a vantagem do motor mais moderno, 1.0 de três cilindros com 66/70 cv e 9,4/9,8 kgfm de torque, sempre com o câmbio manual de 5 marchas.

A lista de equipamentos é bem enxuta. Porém, vai além do Mobi e traz 4 airbags como item de série (frontais e laterais), fixação Isofix no banco traseiro, porta-malas de 290 litros (235 l no Mobi) e rodas de 14" com pneus 165/70 R14. Mas, como no Fiat, não há assistência de direção (elétrica no caso), ar-condicionado ou vidros e travas elétricos. 

Vale a pena subir o degrau?

Por R$ 40.390, o Kwid Zen já traz mais "dignidade" ao comprador. Usa o mesmo motor, mas adiciona ar-condicionado, direção elétrica, sistema de som com USB e Bluetooth, vidros dianteiros elétricos, entre outros itens de acabamento. 

Conclusão

Acaba que tanto o Mobi quanto o Kwid de entrada servem mais como chamariz para levar o cliente para a concessionária do que propriamente para fazer volume de vendas. Tanto que a maioria das vendas desses modelos é direta, para frotistas. Para o cliente final, itens como ar-condicionado e direção assistida já se tornaram "obrigatórios". Essa demanda por maior conforto e itens de segurança faz com que o futuro dos carros de entrada fica cada vez mais nebuloso, uma vez que aumenta os custos do projeto e faz com que seu desenvolvimento se torne inviável para a maioria das grandes montadoras. 

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