O Chevrolet Opala é um dos carros mais idolatrados pelos seus fãs, especialmente versões colecionáveis como os primeiros produzidos em 1969, os últimos 1992 e as especiais como o Opala Chateau, o Collectors e o esportivo SS. Em 1978 o Opala SS branco que você vê nas fotos foi uma das estrelas do Salão do Automóvel de São Paulo. Exibia o estilo lançado em 1976, o motor 4.1 (seis cilindros em linha) de 140 cv alimentado por carburador de corpo duplo e representava a maturidade esportiva do Chevrolet.

Como um bom carro de exibição, tinha todos os opcionais, inclusive ar condicionado e direção hidráulica. “Era o pacote ‘completaço’ que havia na época que incluía vidros verdes, farol de milha em cima e em baixo, desembaçador traseiro, esguicho e tudo que um carro de exibição tinha que ter”, conta Claudio Gobbi, dono deste Opala tão especial. No entanto, o encontro de Gobbi com seu Opala SS não foi simples e até então o pedigree de “carro do Salão”, não era conhecido.

Claudio Gobbi já procurava por um bom Opala SS, sonho de qualquer Opaleiro, e sabia do paradeiro deste exemplar há cerca de 20 anos. Mas o fato de ter sido construído para o Salão do Automóvel era desconhecido. Era questão do destino (e de tempo) para que o sonho se tornasse realidade.

A rota do Opala SS

Fabricado em São Caetano do Sul, o Opala SS foi exibido no Anhembi e passou para uma concessionária de São Paulo. O carro foi comprado por um médico no Rio Grande do Sul, que anos depois o vendeu a outra pessoa que fez uma criteriosa restauração já no final dos anos 1990. Depois de um tempo, o carro passou às mãos de um conhecido de Cláudio Gobbi, quando entrou no seu “radar”. “O carro então foi novamente vendido, já bem valorizado e caiu nas mãos de um colecionador que resolveu pesquisar o número do chassi para descobrir que era o mesmo carro mostrado no Salão”, conta Gobbi.

Galeria: Chevrolet Opala SS 1978

Para adquirir o carro, foi preciso vender alguns outros da coleção, afinal o ex-dono, sabendo do histórico não quis negociar um centavo, lembra Gobbi. Assim, o carro mudou de garagem para a casa de Claudio Gobbi este ano, que não se arrepende da negociação. Pelo contrário, conhece a raridade que tem nas mãos e a exibirá na próxima Noite do Opala, que será realizada na próxima terça, 16, no sambódromo do Anhembi. O local fica a menos de 1km onde o carro brilhou pela primeira vez há quase 41 anos quando estreou.

SS: qual o significado?

Há uma boa confusão sobre o significado da sigla da versão esportiva do Opala. Há quem defenda que a sigla SS significa Super Sport e outros juram que significa “Bancos Separados” (Separated Seats”), conforme a propaganda da época. Em 1971, o Opala, então com 3 anos de história por aqui, ganhou a versão SS. O nome surgiu 10 anos antes no Impala norteamericano e, no caso do Chevrolet brasileiro, apareceu aqui com o apelo de marketing que propunha o esportivo com “Separated Seats” ou “bancos separados”.

Na época, boa parte dos carros ainda tinha bancos inteiriços e a esportividade era um diferencial, bem como o câmbio no assoalho quando a maioria tinha alavanca na coluna. Quem tinha carro com banco separado era reconhecido como jovial e moderno enquanto carro de câmbio na coluna, quatro portas e sedã era coisa de "tiozão". Além disso, o banco individual é chamado nos Estados Unidos de “Bucket Seat” e não “separated”, desmontando esse argumento sobre a sigla do Opala.

Em 1972 chegava a versão Coupé SS e na propaganda lia-se “Opala Super Star”. Fato é que a GM nunca usou esse apelo de Super Sport no Opala, nem mesmo quando chegou ao mercado, em 1974, o Opala SS4 (motor de quarto cilindros). Fica a lenda que a versão esportiva deixava muitos V8 para trás e hoje pertence às páginas da história.

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