O mercado automotivo brasileiro é uma caixinha de surpresas. Com constantes mudanças de regras, variação do dólar e alta carga de impostos, por muitas vezes as montadoras e importadoras foram obrigadas a refazer as contas e cancelar lançamentos prometidos, apresentados ao público e até mesmo testados pela imprensa local. Veja os 10 modelos que já foram cancelados.
O Chevrolet Malibu veio ao Brasil em 2010 para disputar o mesmo segmento de Ford Fusion, Toyota Camry e Honda Accord. Embora não fosse um modelo de grande volume de vendas por vir dos EUA (o Fusion era mexicano e não pagava Imposto de Importação), ele representava a GM entre os sedãs grandes. Tanto é que a Chevrolet preparou tudo para trazer a décima geração do Malibu, entre 2016 e 2017. Veio a disparada do dólar e a categoria começou a encolher, engolida pelos SUVs, o que fez com que as unidades do novo Malibu ficassem restritas aos executivos da empresa.
Em 2008, a Chrysler e a Nissan fecharam uma parceria e um dos resultados seria o sedã Dodge Trazo C, que nada mais era do que uma versão rebatizada do Nissan Tiida Sedan. Foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de são Paulo daquele ano, com motor 1.8, porém, a fabricante percebeu que ele não não tinha nada a ver com o restante dos carros da marca, e o lançamento foi abortado.
Antes que diga que o Fiat Bravo veio, adiantamos que você tem razão, ele chegou no Brasil em 2010. Só que foi apenas na segunda geração, enquanto a primeira ficou no meio do caminho. Na época, a Fiat trouxe os carros da Itália e fez até mesmo um sorteio em um shopping de São Paulo. A crise de 1999 fez o Real cair e a fabricante desistiu, enviando todas as unidades de volta à Europa. Em seu lugar, a Fiat optou por nacionalizar o Brava, versão notchback com quatro portas - o Bravo era um hatch com apenas duas portas e pegada mais esportiva.
O Veloster foi um carro que atraiu o público quando chegou ao Brasil, com seu estilo diferenciado e suas três portas. A descoberta de que ele tinha um motor menos potente do que o real (128 contra 140 cv) e o fraco desempenho queimaram a imagem do cupê e a CAOA, importadora oficial da Hyundai, deixou de vendê-lo. Em 2014, a empresa prometeu que iria trazer o Veloster Turbo. A promessa nunca foi cumprida e a CAOA vendeu somente as três unidades que trouxe para homologação.
Em 2011, a Kia ainda estava muito bem no Brasil. Nada de Inovar-Auto travando as importações e o dólar estava mais ou menos estável. Isso animou a importadora oficial, o Grupo Gandini, que confirmou com exclusividade ao Carplace (atual Motor1.com Brasil) que iria trazer o Cerato Hatch ao Brasil. Meses depois, alguns jornalistas até dirigiram o carro. Aí veio o novo regime automotivo, as cotas de importação e a cotação do dólar aumentou, pondo fim às chances do hatch médio ser lançado por aqui.
Eterna promessa da Kia, o hatch Rio continua a não dar as caras no Brasil e o motivo sempre muda. Primeiro foi a espera pela fábrica no México, que teve problemas com o governo local e demorou para começar a operar. Depois foi o Inovar-Auto e as cotas de importação. Agora o motivo é o dólar perto dos R$ 4,00, o que impede que tenha um preço adequado para o seu segmento. E segue a assim há tanto tempo que era mais fácil falar que ele não vem mais...
A Mercedes-Benz já tinha começado a mostrar a Classe X nas redes sociais, inclusive adiantando quais as versões que seriam vendidas no Brasil. Isso porque estava tudo certo para sua produção na Argentina, na mesma fábrica da Nissan, aproveitando que compartilha plataforma com a Frontier. Só que a parceria entre as duas empresas azedou e a Mercedes cancelou a fabricação da picape no país vizinho. Agora está bem próxima de deixar de ser produzida, como revelou o site Automotive News Europe, acabando com a picape antes mesmo dela chegar ao Brasil.
Quem mora em São Paulo já pode ter visto a segunda geração do Peugeot 308 nas ruas. Isso porque ele estava certo para nosso mercado e estava em fase de homologação, até que o Grupo PSA desistiu do carro após notar que o segmento dos hatches médios estava fadado a desaparecer. Preferiu continuar vendendo a geração anterior do 308, que já era produzida na Argentina e seguiu assim até o começo deste ano, quando finalmente saiu de linha. As poucas unidades do novo 308 que vieram rodam com executivos da empresa.
A Renault passou por este problema duas vezes. O Koleos foi confirmado oficialmente pela fabricante, inclusive pelo próprio Carlos Ghosn, ex-CEO da Aliança Renault-Nissan, e prometido para chegar logo após o Captur e antes do Kwid, em 2017. Até levou um grupo de jornalistas para guiar o carro em Paris (França). O lançamento foi empurrado para o 2º semestre, depois para 2018 e acabou cancelado por conta do dólar, que o impediria de ter preço competitivo.
O hatch esportivo também foi uma promessa não foi cumprida. A Renault convidou os jornalistas para andar no Mégane RS, dizendo que viria a um valor para disputar espaço com o Volkswagen Golf GTI como um modelo esportivo. Deveria ter vindo importado em 2014, com preço na casa dos R$ 150 mil. Bateu no mesmo problema que todos os importados: o dólar subiu e o governo começou a cobrar o Super IPI, o que elevou ainda mais os preços e fez a fabricante recuar.
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