Volkswagen e Ford anunciaram durante o Salão de Detroit mais detalhes sobre a sua parceria. Como era esperado, as marcas serão parcerias no desenvolvimento de picapes médias e de veículos comerciais, além de compartilhar conhecimento em autônomos, elétricos e compartilhamento. Mas esta não é a primeira - nem a última - parceria entre fabricantes. Aqui listamos as principais e mais importantes dos últimos anos.
A Toyota queria reviver o AE86, um carro compacto com motor frontal e tração traseira, leve e aspirado, e para isso fez uma parceria com a Subaru. O resultado é o trio Toyota GT86, Subaru BRZ e o Scion FR-S (este apenas para o mercado americano e canadense), que usa motor boxer de quatro cilindros (vindo da Subaru) com injeção direta e indireta (projeto da Toyota) e câmbio manual de seis marchas ou automático também de seis da Toyota. A produção acontece na fábrica da Subaru no Japão.
Este 2.0 de quatro cilindros aspirado tem 200 cv e 20,9 kgfm de torque. Parece pouco, mas são apenas 1.200 kg em uma carroceria baixa e tração traseira. Com esta fórmula, o Subaru e o Toyota seguem a venda, sendo que o Scion saiu de linha junto com a marca, uma divisão da Toyota, em 2016.
Nissan e Renault estarem juntas no desenvolvimento de um segmento faz sentido, afinal fazem parte da mesma aliança. Mas a presença da Mercedes-Benz nesta jogada é o que chama mais a atenção e, quando colocamos na mesa, faz todo o sentido. Se a Nissan tem o conhecimento para projetar uma picape, com a Frontier e a Titan, ela pode colaborar com a Mercedes-Benz, que tem a Classe X como sua primeira investida neste segmento. A Renault entrou na jogada com a Alaskan.
Apesar de alguns elementos do exterior e do interior diferentes, em muitos pontos as picapes são idênticas. A começar pelo chassi, passando por chapas como as portas e por componentes do painel, como alavanca de câmbio, seletor de tração e alguns botões. Com as três produzidas juntas, a única que tem um motor diferente é a Classe X na versão topo, um V6 turbodiesel com 258 cv e 56 kgfm de torque. As demais compartilham motores 2.3 turbo e biturbo, dependendo da versão. Quase tudo Nissan? Sim, mas a Mercedes-Benz entrou com outra coisa nesta jogada que falamos mais abaixo.
Outra parceria para a produção de um modelo esportivo é entre a Fiat e a Mazda. Na verdade, era para ter sido uma parceria com a Alfa Romeo, mas o presidente da FCA na época, Sergio Marchionne, decidiu que modelos da Alfa só seriam produzidos na Itália. Então a Fiat se beneficiou desta decisão e, com a Mazda, compartilha a plataforma de tração traseira do MX-5 Miata e 124 Spider.
O Mazda foi apresentado primeiro, em 2014, enquanto o Fiat 124 Spider apareceu apenas em 2015. Cada um utiliza seu próprio motor, sendo o italiano o 1.4 turbo Multiair de 140 cv (170 cv na versão Abarth), com o câmbio Mazda de geração anterior, enquanto o japonês utiliza desde o motor 1.5 de 130 cv ao 2.0 de 157 cv, sempre aspirados. Cada um tem seu próprio acerto de suspensão, acabamento e design, mesmo fabricados na mesma fábrica, em Hiroshima, Japão...da Mazda.
É normal fabricantes utilizarem os mesmos fornecedores de partes como o câmbio, principalmente de empresas como a Aisin, Getrag ou ZF. Mas e quando duas grande rivais se juntam para projetar o sistema que estará em modelos concorrentes e de fabricação própria? É o que a General Motors e a Ford fizeram em 2016, apresentando o novo câmbio automático de 10 marchas que equipa, principalmente, o Mustang e Camaro.
O desafio era projetar uma caixa com o mesmo tamanho de uma de seis marchas, com trocas rápidas como os automatizados de dupla embreagem. Mas a parceria ficou apenas no projeto, já que a produção é feita em cada uma de suas "casas". A programação do software também é própria.
Apresentados em 2014, a dupla de carros urbanos da Renault e Smart foram projetados em parceria. Tanto que, quem pôde ver o Smart durante o Salão do Automóvel de 2018, percebeu diversas peças da Renault principalmente no interior. A produção de ambos é feita na Slovênia, na fábrica da Renault, e dividem inclusive os motores 1.0 de três cilindros e 0.9 turbo.
Esta parceria entre Daimler e Renault é mais extensa ainda, já que a Mercedes-Benz utiliza o motor 1.5 turbo da Renault nas versões de entrada do novo Classe A.
Outra parceria para modelos urbanos nasceu da PSA com a Toyota. Desde 2014, Citroën C1, Peugeot 108 e o Toyota Aygo são produzidos na República Tcheca, com motores 1.0 de origem Toyota e 1.2 da PSA. Em comum, também há a plataforma, parte elétrica e transmissão, ficando para cada um individualmente mudanças visuais leves e interior.
Esta parceria é antiga. Desde 1981, a PSA e a Fiat desenvolvem seus veículos comerciais, hoje conhecidos como Peugeot Boxer, Citroën Jumper e Fiat Ducato. Já em uma terceira geração, foram inclusive produzidas em Sete Lagoas (MG), mas hoje são importadas pelas três marcas.
A PSA utiliza em larga escala o motor 1.6 turbo, comercialmente conhecido como THP, em seus modelos. Este motor é fruto da parceria do grupo com a BMW, que já deixou de utilizar em modelos como os Mini, 316i e 116i. Se o bloco é basicamente a mesma estrutura dos motores 1.6 aspirados da PSA, o cabeçote, principalmente quando falamos em variadores de fases e abertura, é colaboração da BMW.
O Prince substituiu os motores Tritec, que equipavam os Mini, feito em parceria com a Chrysler e deu origem ao conhecido eTorq.
Outra parceria da PSA foi com a Mitsubishi, que deu origem ao ASX (até hoje produzido no Brasil), Peugeot 4008 e Citroën C4 Aircross. Fora dianteira, traseira e interior, os três SUVs são idênticos, mas cada um utilizando seu próprio motor. A parceria entre as três marcas foi além, com os urbanos elétricos i-MiEV, Peugeot iOn e Citroën C-Zero.
A mais polêmica parceria dos últimos tempos, BMW e Toyota se juntaram para desenvolver novos esportivos. A questão é que o Toyota Supra é mais BMW Z4 que os puristas gostariam. Motor, plataforma, câmbio e até mesmo interior e fábrica são da BMW. Apenas o desenho ficou exclusivo entre eles e o fato de um ser conversível e, o outro, um coupé.
Fotos: arquivo Motor1.com e divulgação
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